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5512 | I Série - Número 102 | 01 de Julho de 2004

 

de 13 de Junho - o fatídico dia da maior derrota política, da maior "banhada" da direita, de que há memória em Portugal. As eleições, recorde-se!, vieram evidenciar, com o brutal sinal de protesto do voto popular, que o PSD e o PP, gozando de maioria no Parlamento já dela não dispõem e são minoria na sociedade.
A fuga ocorre, em segundo lugar, a meio de um mandato, de uma Legislatura marcada pela incompetência de quem tem detido responsabilidades no Executivo e pelo total falhanço de todos os objectivos que se tinham proposto.
A governação ficou marcada pelo aumento das crises no plano social, ambiental e económico, as maiores vividas nas últimas décadas.
O Governo foi responsável pelo aumento brutal do desemprego e da insegurança quanto ao futuro, pelo agravamento dos níveis de exclusão e de pobreza, pela crise ambiental e social.
O Governo revelou-se incapaz de dar resposta aos problemas dos cidadãos, apostado na mercantilização de direitos fundamentais, e, por isso mesmo, também por isso, perdeu legitimidade.
O Governo e o abandono de Durão Barroso deixam-nos, por sua responsabilidade directa, mais atrasados e mais longe dos padrões europeus que se propunham alcançar.
É, pois, neste quadro, de abandono do "barco" e de fuga às responsabilidades, usando as próprias palavras do futuro ex-Primeiro-Ministro, que se requer, que se impõe, em nome da democracia, em nome da verdade política, contra pseudo-soluções feridas de legitimidade, contra "primeiros-ministros de aviário", devolver a palavra a quem é soberano, aos cidadãos portugueses, para que se encontrem soluções políticas credíveis e sustentáveis no tempo, capazes de garantir o desenvolvimento justo, equilibrado e solidário de que, nestes dois anos, fomos duramente expropriados.

Vozes de Os Verdes e do PCP: - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado José Junqueiro.

O Sr. José Junqueiro (PS): - Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Isabel Castro, ouvi a sua intervenção mas, inicialmente e antes das perguntas que lhe vou fazer, não deixo de notar que, daqui a alguns meses, poderá ser bem diferente a reacção das bancadas do PSD e do CDS pelo simples motivo de o Dr. Guilherme Silva ter sido premonitório quando disse, há uns tempos atrás, que, nas próximas eleições legislativas, os dois partidos deveriam ir contar votos para saber quanto é que cada um pesava.

Vozes do PS: - Muito bem!

O Orador: - E, nessa altura, quando os dois forem contar votos - sei que será, inesperadamente, mais cedo do que, eventualmente, seria de pensar! -, gostaria de saber como vai manter-se a coesão desta coligação.

Protestos do PSD e do CDS-PP.

Mas a pergunta que lhe quero fazer, Sr.ª Deputada, tem a ver com o seguinte: tendo um jornalista perguntado ao Sr. Deputado Guilherme Silva se seria impensável a saída de Durão Barroso para presidir à Comissão Europeia e tendo o Sr. Deputado Guilherme Silva respondido "Obviamente que sim, essa hipótese é extremamente gratificante, mas a verdade é que Durão Barroso tem um compromisso com os portugueses e está fora de questão não o cumprir até ao fim", entende a Sr.ª Deputada que era impensável que o Dr. Durão Barroso pudesse ser candidato à Comissão Europeia?
Por outro lado, Sr.ª Deputada, tendo ouvido as palavras que hoje ouvi do Sr. Dr. João Salgueiro, o qual, perguntando-lhe o jornalista como é que decidia se fosse Presidente da República, respondeu que não decidia, que devolvia ao povo a responsabilidade de decidir, gostaria de saber se está também de acordo que se deva devolver ao povo a responsabilidade pela resposta a esta questão, portanto, se considera que deve, ou não, haver eleições.
Finalmente, Sr.ª Deputada, no que respeita a esta candidatura de Durão Barroso, o qual, pelo que vejo, era o único que até hoje sabia que a mesma estava em curso, gostaria de saber qual a sua opinião sobre esta atitude do Primeiro-Ministro, sendo certo que outros - um primeiro, um segundo e um terceiro, todos eles primeiros-ministros de vários países - rejeitaram o convite que lhes foi dirigido por preferirem assumir as responsabilidades e os compromissos nos seus países.

O Sr. Guilherme Silva (PSD): - Quem é que lhe disse isso?!