O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 27

64

O Orador: — E, nessa sanha, não se coíbem de acompanhar o ressentimento da direita.
O desconforto da direita, então, este, é evidentíssimo! Basta notar que o Sr. Deputado Luís Campos Ferreira começou a falar desta proposta de lei ao 5.º minuto e 19.º segundo da sua intervenção e que o Sr. Deputado Mota Soares guardou os primeiros 4 minutos e 3 segundos para outro assunto que não esta proposta de lei.

O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — Proposta essa que foi apresentada pelo Sr. Ministro em 4 minutos!

O Orador: — Esse refúgio no passado só mostra o incómodo! São obrigados a votar contra?! Obrigados por quem, quando não têm nenhuma divergência essencial a apresentar em relação ao conteúdo desta proposta de lei?! Este, aliás, é o mistério político deste debate.

A Sr.ª Alda Macedo (BE): — Não é mistério nenhum, toda a gente percebeu!

O Orador: — Por que é que, como se tornou claro nas intervenções dos Srs. Deputados do PSD e do CDS-PP, não havendo divergência essencial em relação à proposta do Governo, esta oposição precisa de ser demonstrada? E precisa de ser demonstrada perante quem? Quem vos tolhe? Quem vos embaraça? Quem impede que acompanhem a conclusão de um processo de reestruturação e reorganização que os senhores, vocês próprios — e, neste caso, «vocês» é cortês —, iniciaram?!

O Sr. Agostinho Branquinho (PSD): — Em boa hora!

O Orador: — Ora, querem falar do passado, querem falar de currículos pouco abonatórios. Falemos, então, do passado!

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): — Agora o passado já interessa?!

O Orador: — O propósito do PSD, em 2002, afixado no seu programa, era o seguinte: extinguir o 2.º canal da RTP; ainda mais incrível, extinguir a antena clássica da rádio pública; privatizar a Antena 3. Não conseguiram nenhuma destas coisas, por causa do movimento que se levantou contra estes propósitos.
Portanto, quanto a currículos pouco abonatórios, os senhores falam por vocês — mais uma vez, aqui, é cortês.

Protestos do PSD.

Há também um elemento de autocrítica absolutamente espantoso. O Sr. Deputado Campos Ferreira diz que, em todos os diplomas que o PS e o Governo têm apresentado, há maldades. No entanto, os Srs.
Deputados votaram a favor da lei que criou os provedores do telespectador e do ouvinte! Os Srs. Deputados votaram a favor da lei que criou a Entidade Reguladora para a Comunicação Social! Esta será a primeira proposta de lei deste Governo, em matéria de comunicação social, que despertará a vossa oposição!

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): — Naturalmente!

O Orador: — Portanto, escusam de fazer essa autocrítica e de tentar esconder esse ziguezague.
Há um outro elemento muito importante que também resulta deste debate — e assim termino, Sr.
Presidente —, que é a tentativa de pressionar politicamente o serviço público de rádio e televisão,...

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): — É verdade!

O Orador: — … a tentativa de controlar politicamente o serviço público da rádio e televisão, da vossa parte!

O Sr. Agostinho Branquinho (PSD): — Não, não!

O Orador: — Sempre que insinuam ou afirmam que a informação da RTP não é isenta, estão a insultar não o Governo mas a empresa, os seus trabalhadores, os seus jornalistas. Sempre que confundem a designação, por parte do accionista, dos administradores com controlo político da empresa, estão a olhar-se ao espelho, estão a ver as vossas tentativas passadas e não o futuro!

Aplausos do PS.