7 | I Série - Número: 079 | 4 de Maio de 2007
O Sr. Mota Andrade (PS): — Essa é boa!
O Orador: — Uma oposição que privilegiou a gritaria ao debate sereno dos problemas que afectam os cidadãos, uma oposição que foi um deserto de ideias e de propostas e uma oposição que se barricou na obstrução política, indiferente aos problemas dos cidadãos.
Uma oposição que foi obstrução, pois não fez, nem deixou fazer. O que se passou com a obra do Túnel do Marquês é bom exemplo do que acabo de afirmar. A irresponsabilidade e a insensatez do vereador do Bloco de Esquerda fez com que a obra se arrastasse por mais um ano e custasse alguns milhões de euros a mais aos cidadãos de Lisboa.
Aplausos do PSD.
Vozes do BE: — É mentira!
O Orador: — Foi este o saldo da sua irresponsabilidade: milhões a mais numa obra parada e milhares de horas roubadas aos cidadãos que tiveram de esperar mais um ano até conclusão desta obra.
Uma oposição com um comportamento político hipócrita, pois afirmaram todos os dias a necessidade de eleições intercalares e tinham na Câmara a maioria necessária para provocar essas eleições, mas, pensando mais nos interesses partidários do que nos interesses dos cidadãos e actuando com desprezível calculismo, os partidos da oposição mostraram aos cidadãos que não merecem a confiança de quem quer soluções e dispensa complicações.
Protestos do PS, do PCP e do BE.
Uma oposição sem coragem, sem projecto e sem noção de serviço público, uma oposição que foi incapaz de pensar por um momento no interesse dos cidadãos de Lisboa.
Uma oposição que prega de forma farisaica a virtude política em Lisboa, mas que se dispensa de actuar em conformidade quando, e onde, podem ser afectados os seus interesses partidários.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Orador: — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Comecemos pelo Bloco de Esquerda. Rotineiramente implacável na acusação e ligeiro na condenação, o Bloco de Esquerda atropela argumentos para justificar a manutenção do seu apoio à Presidente da Câmara de Salvaterra de Magos, arguida num processo no exercício do seu mandato.
Vozes do PSD: — É verdade!
Vozes do BE: — É mentira!
O Orador: — O Bloco é um caso de dupla personalidade: aqui, em Lisboa, acusa e exige; lá, em Salvaterra de Magos, protege e silencia.
Vozes do PSD: — Muito bem!
Vozes do BE: — É mentira!
O Orador: — Aqui, em Lisboa, proclamam as virtudes do que designam por ética republicana; lá, em Salvaterra de Magos, agarram-se ao poder e «mandam às malvas» a ética republicana.
O Sr. Fernando Rosas (BE): — É mentira! Tenha vergonha!
O Orador: — É mesmo caso para citar o povo: «Bem prega Frei Tomás, olha para o que eu digo não faças o que eu faço!»
Aplausos do PSD.
Depois, temos o Partido Comunista Português, que, também neste caso, não resistiu a fazer como os demais: em permanentes divagações, reclamou a necessidade de eleições, mas esqueceu o que não há muito tempo ocorreu em Setúbal.
Recordemos os factos: em Setúbal, o PCP despediu o presidente eleito pelo voto dos eleitores e, em seu lugar, colocou quem mais se conformava com os ditames da ortodoxia partidária.