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8 | I Série - Número: 079 | 4 de Maio de 2007

Protestos do PCP.

Acontece que a actual presidente de câmara, cargo que exerce por vontade exclusiva do PCP, está também arguida num processo por matéria que tem a ver com o exercício das suas funções.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Tal como o seu colega de bancada Deputado Fernando Negrão!

O Sr. Fernando Negrão (PSD): — Eu não!!

O Orador: — Esta é matéria que inquiete o PCP? Não! Uma vez mais, o que é exigência em Lisboa é calado em Setúbal — são dois pesos e duas medidas!!

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Orador: — Finalmente, temos o Partido Socialista. Esta é mesmo, Sr.as e Srs. Deputados, a mais chocante das situações. Passa-se aqui ao lado, em Oeiras.
Todos se recordam do que aconteceu com o PS, em Oeiras. Aquando das eleições autárquicas, os seus dirigentes afirmaram repetidas vezes que a sua candidatura à Câmara Municipal de Oeiras seria liderada por uma destacada figura socialista. Quem foi essa destacada figura socialista? O obscuro presidente da estrutura local do PS.
Na altura, muitos não quiseram perceber o que se estava a passar naquele concelho e outros tantos quiseram acreditar que tudo aquilo era normal.
A aparência de confronto político foi encenada até ao fim — a candidatura socialista à Câmara Municipal de Oeiras não hesitou até em mandar distribuir, durante a campanha eleitoral, o que denominou por Livro Negro do Verbo Isaltinar, onde eram feitas graves acusações à conduta política do agora presidente da câmara.
Agora que o Presidente da Câmara de Oeiras não é apenas arguido, mas já é também acusado de vários crimes, e crimes graves!, resultantes do exercício das suas funções, o que faz o PS? A resposta está à vista de todos: faz uma aliança com o autarca de Oeiras, aliança que só é possível com o alto patrocínio do Primeiro-Ministro e Secretário-Geral do PS e de outras destacadas figuras socialistas.

Vozes do PSD: — É verdade!

Protestos do PS.

O Orador: — Para os socialistas de Oeiras, as acusações que impendem sobre o presidente do município são «uma questão da vida privada do autarca».
Por nós, ficamos esclarecidos, mas interrogamo-nos sobre que fortes razões, que delicados motivos, que interesses fundamentam esta aliança patrocinada pelo Primeiro-Ministro.
Os dirigentes nacionais do PS — a começar pelo seu Secretário-Geral — têm estado calados sobre esta situação.
Pois bem, desafio daqui o Secretário-Geral do PS a pronunciar-se sobre esta matéria, porque, neste caso, calar é pactuar, calar é sinónimo de cumplicidade política.
Desafio o Primeiro-Ministro a dizer publicamente se apoia a coligação, em Oeiras,…

Vozes do PSD: — Muito bem!

O Orador: — … entre Isaltino Morais e o Partido Socialista.
Desafio o Primeiro-Ministro a quebrar o seu silêncio cúmplice sobre uma situação que afecta gravemente a credibilidade das instituições, da política e dos políticos.

Aplausos do PSD.

Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: São estes comportamentos políticos que afastam os cidadãos da política! São estes comportamentos políticos que autorizam os cidadãos a pensar que tudo não passa de um mero jogo de interesses partidários! São estes comportamentos políticos que minam a credibilidade da política e dos políticos, sejam eles autarcas ou não! São estes comportamentos políticos que afectam a qualidade da nossa democracia! Por nós, percorremos caminhos diferentes, caminhos que prestigiam a política e os políticos.
E assim vamos continuar.

Aplausos do PSD.