12 | I Série - Número: 079 | 4 de Maio de 2007
O Sr. António Carlos Monteiro (CDS-PP): — Quem considera esgotada essa solução é o Presidente do PSD!
O Sr. Presidente (Manuel Alegre): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Vitalino Canas.
O Sr. Vitalino Canas (PS): — Sr. Presidente, Sr. Deputado, V. Ex.ª começou por afirmar que o percurso do PSD tem sido, neste caso, inabalável. Quero começar por lhe dizer, Sr. Deputado, que o felicito por ter conseguido dizer isso sem se rir!
Risos do PS.
É porque penso que os cidadãos portugueses que estão lá fora a ouvir esse discurso ter-se-ão certamente rido…! Percurso inabalável, Sr. Deputado? O PSD assistiu à queda, um por um, dos seus principais vereadores. O PSD foi vendo a situação da Câmara Municipal de Lisboa a degradar-se…, a situação das finanças da Câmara Municipal de Lisboa a degradar-se… É esse o percurso inabalável que o Sr. Deputado encontra no PSD?!
Protestos do PSD.
Sr. Deputado, acha que é um sinal de coragem vir aqui, ao Parlamento, atirar a responsabilidade pela situação em que vive a Câmara Municipal de Lisboa aos partidos da oposição, quando todos sabemos, inclusive o líder do seu partido, que a responsabilidade pela situação catastrófica da Câmara Municipal de Lisboa é do PSD?!
O Sr. Agostinho Branquinho (PSD): — É mentira!
O Orador: — Considera que isso é um sinal de coragem, Sr. Deputado?! Não é um sinal de coragem!! O PSD deveria assumir todas as responsabilidades por aquilo que se passa na Câmara Municipal de Lisboa e não está a assumir essas responsabilidades. Mais, Sr. Deputado: deveria tê-lo feito mais cedo! Sr. Deputado por que razão o PSD demorou tanto tempo? Por que é que deixou que a situação se degradasse, mês após mês, sem tomar qualquer atitude como aquela que está a tomar agora?
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. Agostinho Branquinho (PSD): — E o que é que disse o cabeça de lista de Lisboa?!
O Orador: — O Sr. Deputado procurou aqui dizer-nos que a situação é exactamente igual quando os cidadãos que votam simultaneamente para uma assembleia municipal e para uma câmara municipal decidem que a assembleia municipal deve ter uma maioria diferente daquela que está na câmara municipal e que isso é igual a obrigar os cidadãos a escolher uma solução para a câmara municipal e ter de conviver com uma assembleia municipal que pode obstaculizar essa mesma solução política para a câmara municipal.
O Sr. Deputado considera que isso são coisas exactamente iguais?… O Sr. Deputado não considera que isso, sim, revela falta de coragem do PSD? Não considera que isso, sim, revela que o PSD está agarrado ao seu poder na Câmara Municipal de Lisboa e na Assembleia Municipal de Lisboa? O Sr. Deputado não considera que essa solução de eleições intercalares visa hipotecar, tutelar uma solução política, que o Sr. Deputado já reconheceu que vai ser com uma nova maioria na Câmara Municipal de Lisboa, através de uma Assembleia Municipal que foi eleita para outra maioria? Não considera que isso é antidemocrático, Sr. Deputado?
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Manuel Alegre): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Miguel Macedo.
O Sr. Miguel Macedo (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Vitalino Canas, quero fazer um primeiro registo: sobre Oeiras e a estranha cumplicidade do Partido Socialista, nem uma palavra!
Vozes do PSD: — Zero!