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23 | I Série - Número: 102 | 6 de Julho de 2007

O Sr. Manuel Alegre (PS): — Sr. Presidente, fui citado, pelo que acho que tenho o direito de intervir.

O Sr. Presidente: — Não, como tal não tem direito, Sr. Deputado.
O nosso Regimento, neste caso, confere-lhe dois casos de direito de uso da palavra: para interpelar a Mesa ou para pedir esclarecimentos ao Sr. Deputado João Semedo.

O Sr. Manuel Alegre (PS): — Então, Sr. Presidente, gostaria de interpelar a Mesa.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra, Sr. Deputado.

O Sr. Manuel Alegre (PS): — Sr. Presidente, sob a forma de interpelação, quero apenas dizer, uma vez que o meu nome foi referido, que as citações que o Sr. Deputado Nuno Teixeira de Melo fez de intervenções de várias figuras do PS relativamente a algumas das situações concretas que ele referiu vieram demonstrar que o PS é fiel à sua história e à liberdade de expressão, que começa por praticar dentro de si mesmo. E não é por acaso que algumas das primeiras vozes críticas que se ouviram sobre esses casos concretos foram as referidas, membros ilustres do Partido Socialista e que fazem parte da sua história.

Aplausos do PSD, do CDS-PP e de Deputados do PS.

O Sr. Presidente: — Para responder ao pedido de esclarecimento formulado pelo Sr. Deputado Alberto Martins, tem a palavra o Sr. Deputado João Semedo.

O Sr. João Semedo (BE): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Alberto Martins, gostaria de começar por registar o seu convite, quase apelo, a que a democracia em Portugal ficasse interrompida por seis meses,…

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — É verdade!

O Orador: — … seguramente com os velhos argumentos de «a bem da nação».

O Sr. Mota Andrade (PS): — Que exagero!

O Orador: — E, para quem se situou no campo de quem está autorizado a dar lições de democracia, gostaria de apelar para que usasse o seu tempo e a sua energia para espraiar a sua vocação libertária de defensor da liberdade, começando pelo seu próprio grupo parlamentar e terminando em Braga. Porque aí, sim, os socialistas precisam de aprender o que é, de facto, gerir, dirigir um Estado democrático.

Vozes do BE: — Muito bem!

O Orador: — Essa sua energia era bem aplicada no concelho e na cidade de Braga.

Aplausos do BE.

O Sr. Nuno Teixeira de Melo (CDS-PP): — A começar na Câmara!

O Orador: — Por outro lado, quero dizer-lhe, Sr. Deputado, que todos percebemos que o que lhe falta em razão sobra-lhe em intenção educativa. É que o Sr. Deputado falou quatro vezes e nunca se referiu a nenhuma das acusações concretas dirigidas ao Governo que o seu partido sustenta ou ao seu grupo parlamentar.
Portanto, seria bom que, mais cedo do que tarde, explicassem aos portugueses se estão de acordo que o País, que a democracia portuguesa possa estar sujeita aos desmandos dos exemplos que nos vieram de Braga, ao comportamento de alguns Deputados socialistas, ontem, na Comissão de Saúde;…

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Exactamente!

O Orador: — … se a maioria absoluta, no vosso entender, é o «quero, posso e mando», é o «quanto mais caladinhos melhor». Rejeitamos essa noção de democracia!

A Sr.ª Alda Macedo (BE): — Muito bem!

O Orador: — E enquanto o debate não for plural, não for democrático, não for feito como deve ser feito nas instituições não nos calaremos.