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37 | I Série - Número: 011 | 19 de Outubro de 2007


única na música portuguesa que, ao longos dos seus 40 anos de vida, esteve sempre do lado da liberdade, da democracia e da justiça social.
Adriano Correia de Oliveira foi um dos autores mais marcantes da música de intervenção portuguesa e da canção de Coimbra. A sua voz ímpar distinguiu-se pelo timbre e pela clareza com que, com enorme coragem, interpretou palavras de luta e de resistência contra a ditadura fascista e acompanhou as muitas conquistas de Abril no período revolucionário.
Adriano Correia de Oliveira nasceu no Porto, em 1942, e cresceu em Avintes, onde fundou, com outros jovens estudantes, a União Académica de Avintes, na qual desenvolveu diversas actividades culturais. Em Coimbra, onde iniciou estudos universitários, ocupou o lugar de primeiro tenor no Orfeão Académico, participou activamente nas lutas académicas, fez teatro no CITAC, escreveu para os Cadernos Culturais e publicou os seus primeiros discos de fados de Coimbra.
Em 1960 aderiu ao Partido Comunista Português, no qual militou até ao fim da sua vida. Em 1963, Adriano vivia em Coimbra, na república «Rás-te-Parta», onde funcionou a sede da candidatura democrática às eleições da associação académica. Gravou, nesse ano, um disco emblemático, Trova do Vento que Passa, poema de Manuel Alegre e música de António Portugal.
Em 1969, gravou o seu primeiro LP, O Canto e as Armas, e tornou-se um dos nomes cimeiros de um período histórico da canção de intervenção em Portugal. Foi pela mão de Adriano que muitos novos cantores e músicos surgiram. Acontecimentos musicais determinantes para o futuro, todos com a marca da luta antifascista, sucederam com a sua participação, com destaque para o 1.º Encontro da Canção Portuguesa, realizado no Coliseu de Lisboa em 1972.
Após a Revolução de Abril, Adriano esteve na primeira linha da intervenção política e cultural. Participou em inúmeros espectáculos, levando aos locais mais recônditos do nosso país a sua mensagem e a sua voz inconfundível. Gravou o disco Que nunca mais, que lhe valeu o título de artista do ano na revista inglesa Music Week.
Adriano cantou até ao fim da vida. Cantou sempre com voz firme as belas canções com que travejava a sua actividade de artista empenhado nas lutas do povo a que pertencia. Assim foi até ao último dia da sua vida, em 16 de Outubro de 1982.
Em princípios de Setembro, participou, no Coliseu dos Recreios, numa festa de solidariedade com os trabalhadores da ANOP. No final do mesmo mês, actuou numa escola de Mondim de Basto, numa iniciativa do PCP, fazendo aquele que seria o seu último espectáculo.
Adriano Correia de Oliveira viveu intensamente, com imenso amor pela vida, construiu inúmeras e sólidas amizades. Fez sempre imensos projectos. Muitos concretizou, como a sua obra musical bem o evidencia.
Outros, nunca chegou a concretizar. Os anos breves que viveu roubaram-lhe o tempo necessário, mas nunca desistiu de colocar em prática as suas ideias, mesmo até ao dia em que, brutalmente, foi ceifado da vida e da actividade criadora.
Na passagem do 25.º aniversário da morte de Adriano Correia de Oliveira, a Assembleia da República decide homenagear a sua memória com a aprovação do presente voto.

O Sr. Presidente: — Srs. Deputados, vamos proceder à votação.

Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.

Aplausos do PCP e de Deputados do PS.

Srs. Deputados, vamos apreciar o voto n.º 115/X — De louvor pela participação dos 21 atletas portugueses nos Jogos Mundiais Special Olympics (PS, PSD, PCP, CDS-PP, BE e Os Verdes).
Tem a palavra a Sr.ª Secretária para proceder à respectiva leitura.

A Sr.ª Secretária (Celeste Correia): — Sr. Presidente e Srs. Deputados, o voto é o seguinte:

O desporto português acaba de registar mais um sucesso internacional. Desta vez, através de 21 atletas participantes nos Jogos Mundiais dos Special Olympics, que decorreram em Xangai, entre 2 a 11 de Outubro.
O balanço é extremamente positivo, pois a representação nacional conquistou ao todo 17 medalhas, sendo 10 de ouro, quatro de prata e três de bronze.
O aspecto social desta participação foi igualmente relevante. Os atletas tiveram os mais variados contactos com jovens de outros países e a língua não foi uma barreira.
Aos Special Olympics, destinado a portadores de deficiência mental, todos têm acesso, desde os oito anos e sem limite de idade. Tanto assim que, entre todas as delegações, o mais novo tinha exactamente oito anos e o mais velho 70.
Nestes jogos todos vão ao pódio, ganhem ou não medalhas nas diversas modalidades e categorias. O objectivo principal é o convívio, o que ajuda também a clarificar a diferença com atletas paralímpicos.
A Assembleia da República manifesta o seu regozijo pelo brilhante comportamento dos Special Olympics e aprova um voto de louvor aos atletas, que tão bom comportamento tiveram recentemente em Xangai, e a