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32 | I Série - Número: 041 | 31 de Janeiro de 2008

O Sr. Presidente: — Queira concluir, Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — E sejam punidos, a benefício do sistema financeiro português. É assim que se gera a confiança.

O Sr. Presidente: — Queira concluir.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, se me permite mais uns segundos, gostava de dizer o seguinte:»

O Sr. Presidente: — Já esgotou o tempo de que dispunha, Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, não vou demorar muito tempo.
Apenas gostava de dizer que acompanho todos aqueles que acham que os vencimentos tão elevados dos administradores na nossa sociedade são uma prova de ganância — isto é assim em Portugal como em muitos países do mundo — e entendo que deve ser objecto de reprovação pública que esses administradores ganhem fortunas que não são moralmente justificadas, com as que têm vindo a público.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Uma vez que o Sr. Deputado Francisco Louçã dispõe ainda de tempo, dou-lhe a palavra. No entanto, o Sr. Primeiro-Ministro não vai responder, porque já não dispõe de tempo.

O Sr. Francisco Louçã (BE): — Sr. Presidente, o Sr. Primeiro-Ministro não gere o seu tempo como deveria, mas esse é, naturalmente, um problema dele.
Sr. Primeiro-Ministro, tenho muito gosto em dar-lhe a portaria. Percebo porque é que as remodelações do Governo são necessárias: o Sr. Primeiro-Ministro não conhece as portarias do seu Governo.
Sr. Primeiro-Ministro, falou-se aqui de remodelação. Devo dizer que é um pouco precipitado, pois a remodelação ainda vai no adro. Ao saírem daqui, muitos ministros vão telefonar para secretários de Estado futuros e logo veremos qual ç a lista que nos apresenta, quando a remodelação ficar completa!» Mas compreenderá que para a oposição, para o Bloco de Esquerda, pelo menos, é, certamente, assim: temos uma exigência de clarificação sobre a remodelação das políticas.
Por isso fizemos-lhe, ontem, dois desafios: em primeiro lugar, perguntámos-lhe se a nova Ministra da Saúde aplicará a taxa de internamento e de cirurgias que foi definida no passado ou se, pelo contrário, aceita a humanidade de remodelar essa política; em segundo lugar, propusemos a suspensão dos encerramentos até estar estabilizado e discutido publicamente o mapa nacional de serviços de saúde. E constato que veio aqui prometer para Alijó um centro de saúde e uma unidade de cuidados continuados, mas fechou o serviço de atendimento permanente. Na verdade, os portugueses perguntam-se sobre isto: o que é que está mal nesta política?

A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Exactamente!

O Sr. Francisco Louçã (BE): — Fecharam 40 serviços de atendimento permanente; das prometidas 26 urgências em centros de saúde só existe uma, em Odemira; fechou uma maternidade em Chaves, mas já há prometida uma maternidade privada em Chaves;»

O Sr. Primeiro-Ministro: — Não há, não!

O Sr. Francisco Louçã (BE): — » fechou uma urgência em Valongo, mas já vai haver um hospital privado em Valongo; vai fechar o Hospital Maria Pia,»