61 | I Série - Número: 049 | 16 de Fevereiro de 2008
O Sr. Pedro Santana Lopes (PSD): — Um acordo geral!
O Sr. Pedro Duarte (PSD): — … para resolver os problemas das pessoas. É isto que nos move.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Para dar explicações, querendo, tem a palavra o Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares.
O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Pedro Duarte, em primeiro lugar, não considero os debates parlamentares como tricas. São debates sem os quais não existe democracia representativa, como sabe.
O Sr. Pedro Duarte (PSD): — Não são os debates, são as intervenções!
O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — Em segundo lugar, a questão continua a ser a mesma: ouvimos com muita atenção e registamos com muito apreço a afirmação fundamental da intervenção que o Sr. Deputado fez em nome do PSD. E essa afirmação foi a de que o modelo inscrito no Decreto-Lei n.º 3/2008 corresponde à escola que todos desejamos.
O Sr. Pedro Duarte (PSD): — Mas não à escola que temos!
O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — Não à escola que temos.
O Sr. Pedro Duarte (PSD): — Ah!
O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — Portanto, é preciso mudar a escola que temos, é preciso criar as condições na escola que temos para chegarmos à escola que desejamos.
O Sr. Deputado pode retirar a obsessão — na minha opinião, fica-lhe mal! —, porque a sua posição parece-me muito razoável e muito contribuirá (porque a oposição é tão importante quanto o Governo para que as coisas, na prática, mudem) para essa mudança. Mas o Sr. Deputado pode querer corrigir o seu próprio «tiro» e falar agora em obsessão. Nós não temos nenhuma! Nós estamos de acordo consigo: este é o modelo para a escola que desejamos e o que queremos é acelerar o processo de construção dessa escola que desejamos,…
O Sr. Pedro Duarte (PSD): — Que não há hoje!
O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — … com mais recursos, com melhor organização e garantindo, como o Sr. Secretário de Estado ainda hoje teve ocasião de dizer em nome do Governo, que todos os problemas de transição são acautelados e que todas as necessidades educativas especiais das crianças que são portadoras dessas necessidades educativas especiais são identificadas, respeitadas e haverá resposta para elas.
Portanto, não veja nisto qualquer ofensa mas, pelo contrário, valorização da sua consideração.
Notei muito — aliás, conheço-o bem — que o Sr. Deputado fugiu àquele truque de demagogia que consiste em virar-se para as galerias e dizer «estes são aqueles que nós representamos» e fugiu, também, a usar informações que o Sr. Deputado sabe tão bem como eu que são falsas.
Portanto, gostaria de convidá-lo a manter-se no seu próprio rumo e não a ver-se coagido, apenas por razões de disciplina interna de um grupo parlamentar — imagino! —, a desviar-se desse rumo, porque esse é o rumo certo, é mesmo a escola que todos queremos. E o que nós queremos é ir um bocadinho mais depressa do que o Sr. Deputado na construção dessa escola que queremos.