59 | I Série - Número: 052 | 23 de Fevereiro de 2008
O Sr. Presidente: — Para dar explicações, tem a palavra a Sr.ª Deputada Teresa Caeiro.
A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Helena Terra, lamento imenso que se tenha sentido prejudicada. A Sr.ª Deputada é que falou em acefalia, eu apenas disse que parecia que os senhores tinham perdido o discernimento…! Vou explicar-lhe porquê. A Sr.ª Deputada acabou de dizer que estão orgulhosos de toda a política de saúde que tem vindo a ser prosseguida. Ora, a política que tem vindo a ser prosseguida até há três semanas atrás foi exactamente a do Sr. Ministro Correia de Campos, que os senhores não tiveram pejo em «decapitar» — não os senhores mas o Governo que os senhores apoiam.
A Sr.ª Helena Terra (PS): — Nós?!
A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — O Governo que os senhores apoiam com tanto orgulho! E há ainda o caso do Presidente do INEM. Porquê? Porque o Presidente do INEM não conseguiu do Governo e do Ministério da Saúde os recursos necessários para ter uma rede de transportes adequada.
Eu não percebo, mas pode ser que a Sr.ª Deputada me possa esclarecer, com qual política da saúde é que os senhores concordam, se é com a do ministro Correia de Campos, que foi demitido, ou com a da Ministra Ana Jorge.
A Sr.ª Helena Terra (PS): — A política é a mesma, Sr.ª Deputada!
A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — É porque quanto a este último caso não nos podemos pronunciar porque ainda não conhecemos a sua política.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Eu até me sinto bastante ofendida com as suas afirmações de demagogia… Ó Sr.ª Deputada, nós acabámos de apresentar recentemente duas iniciativas positivas, quer da distribuição de medicamentos por unidose quer a de hoje que pretende criar um programa para aumentar as cirurgias em ambulatório. São duas iniciativas não demagógicas e positivas que pressupõem não o aumento de custos mas a redução e os cortes no desperdício. Não conseguimos perceber — isso é que é mesmo ininteligível! — os motivos pelos quais os senhores as rejeitaram.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Em segundo lugar: demagogia, Sr.ª Deputada?! Repare, fiz duas afirmações que penso que não são nada demagógicas.
Uma foi a de concordar com o encerramento das maternidades que não cumprem as normas de segurança — e, se calhar, a Sr.ª Deputada não percebeu… —, a outra foi a de que o Serviço Nacional de Saúde precisa de uma reforma, com vista a garantir a sua sustentabilidade. Quer afirmação menos demagógica do que esta, Sr.ª Deputada?!
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Nós, ao contrário da extrema-esquerda, não achamos que os recursos do Estado são infindáveis. Queremos é cortar no desperdício, enquanto os senhores querem é cortar no bemestar das populações.
A Sr.ª Helena Terra (PS): — Nós é que não conseguimos perceber o que vocês verdadeiramente acham!
A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Espero tê-la esclarecido. De maneira nenhuma queria atribuir capitis diminutio à bancada do PS.