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7 | I Série - Número: 055 | 6 de Março de 2008


Aplausos do CDS-PP.

O CDS bem avisou que a promessa de libertar 4800 polícias que desempenham funções administrativas para a actividade operacional era uma promessa feita por quem não faz a menor ideia da sua organização e da sua realidade.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — O CDS bem avisou que a promessa, no âmbito do PRACE, de libertar 1800 funcionários públicos para o Ministério da Administração Interna era meramente panfletária, pois, no conjunto de todos os ministérios, e no quadro da mobilidade, existem apenas 1600 funcionários disponíveis.
O CDS bem avisou acerca da necessidade de reforçar a fiscalização sobre a posse ilegal de armas e realizar campanhas efectivas para a sua recolha, não só voluntária mas também coerciva.
Enfim, há um ano, Sr.as e Srs. Deputados do Partido Socialista, o CDS bem avisou o Governo de que iria pagar caro uma política de segurança baseada em critérios economicistas e não em critérios de segurança!

Aplausos do CDS-PP.

Perante tudo isto, o que fizeram o Governo e o Sr. Ministro da Administração Interna? Menosprezaram os avisos do CDS; desvalorizaram os sinais que chegavam um pouco de todo o lado; e refugiaram-se em estatísticas parcelares.
Agora, perante um conjunto de acontecimentos dramáticos dos últimos dias, e perante a publicação, ontem mesmo, de um estudo que revela que dois em cada cinco portugueses se sentem mais inseguros em 2007 do que em 2006, que 71% dos portugueses consideram que a segurança piorou, que mais de metade acha que ainda vai piorar mais e que 88% dos portugueses não têm receio de ser filmados pela videovigilância, o Sr.
Ministro, revelando que o Governo não tem uma política preventiva mas apenas reactiva, vem, hoje, anunciar, finalmente, a abertura de dois novos concursos para as forças de segurança e o aumento das zonas que serão objecto de videovigilância.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Assim, de uma só penada, em uma hora de PowerPoint, o Sr. Ministro da Administração Interna confessa ao País o fracasso da política de segurança deste Governo, desautoriza o Primeiro-Ministro, que anunciou aqui, há pouco mais de um ano, a não abertura destes concursos, e prova que este Governo, em termos de segurança, não age, apenas reage e a destempo.

Aplausos do CDS-PP.

É porque, Srs. Deputados, estes concursos, há um ano reclamados pelo CDS, demoram, pelo menos, nove meses para ficarem concluídos, o que quer dizer — curiosa coincidência… — que, só lá para princípios ou meio de 2009, estes homens estarão a exercer as suas funções.

O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — É uma vergonha!

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Quem assume a responsabilidade do tempo perdido? Quem assume que, durante mais de um ano, não obstante os insistentes alertas e pedidos do CDS, o Sr. Ministro e o Sr.
Primeiro-Ministro, não tenham visto algo que é tão simples como isto: não há política de segurança credível sem o factor humano, sem homens e mulheres próximos dos cidadãos, visíveis e alertas.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!