9 | I Série - Número: 059 | 14 de Março de 2008
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — São aqueles a quem foi retirada a comparticipação em muitos medicamentos essenciais para a sua vida e para a sua saúde;…
O Sr. Abel Baptista (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Pedro Mota Soares (CDS-PP): — … são aqueles a quem foi retirada a convergência entre a sua pensão de reforma e o salário mínimo; são aqueles que viram as suas pensões de reforma, de pouco mais de 40 contos/mês — usando a moeda antiga —, serem aumentadas em 2,4%, quando a inflação foi de 2,5% (portanto, já estão a perder poder de compra) e que, pior do que isso, este ano viram todos os bens essenciais subir muito acima desses 2,4%.
Perante tudo isto, esbarram com a insensibilidade do Partido Socialista para corrigir esta situação, apesar de o CDS, com o voto favorável do PSD, ter tentado que fosse feita alguma rectificação.
Pergunto-lhe, Sr. Deputado, se não lhe parece que, perante esta crise social (em que o desemprego é, obviamente, o primeiro problema, o problema mais evidente), há, de facto, uma enorme insensibilidade social do Partido Socialista, nomeadamente com aqueles que mais sofrem, que menos têm e que, por isso, mais apoio mereceriam do Estado.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Arménio Santos.
O Sr. Arménio Santos (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Pedro Mota Soares, agradeço as questões que colocou. Naturalmente, partilhamos da apreciação crítica que fez, porque o Governo socialista, logo que se sentiu com maioria absoluta, pôs de parte todo um conjunto de compromissos eleitorais que havia assumido para com os portugueses.
Os nossos reformados recordar-se-ão das promessas que eram feitas em grandes outdoors e as classes mais desfavorecidas da nossa sociedade recordar-se-ão das profissões de fé que o Partido Socialista fazia aquando da campanha eleitoral. E também nós recordamos que o Partido Socialista, no debate do Programa do Governo, assumiu conceder, rapidamente, uma melhoria nas pensões dos reformados na ordem dos 300 €.
Ou seja, todos percebemos que, em termos de discurso e de promessas, o Partido Socialista é, de facto, único: é uma grande máquina política de promessas e de demagogia, que promete o que, de antemão, sabe que não vai poder cumprir, que, para criar um ambiente favorável, não deixa de recorrer à demagogia para enganar os cidadãos.
Objectivamente, consideramos que este Governo, embelezado com a sua imagem de partido de esquerda e socialista, faz uma política mais favorável aos interesses dos grandes grupos económicos e despreza com mais facilidade e com mais insistência as camadas sociais mais desfavorecidas.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Arménio Santos (PSD): — O Governo do Partido Socialista olha para quem tem força e grande dimensão em termos de poder económico, mas é um Governo que, ao mesmo tempo, fecha os olhos e é insensível em relação àqueles que têm mais dificuldades no seu dia-a-dia para viverem com um mínimo de dignidade.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Também para pedir esclarecimentos, tem a palavra a Sr.ª Deputada Maria José Gambôa.
A Sr.ª Maria José Gambôa (PS): — Sr. Presidente, cumprimento o Sr. Deputado Arménio Santos, mas adianto que não é possível confundir Portugal com o PSD.