9 | I Série - Número: 096 | 19 de Junho de 2008
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — … sobretudo nos grandes centros urbanos e onde há um mercado apetecível? Como é que vai resolver esta situação? Por que é que não impõe, por exemplo, que quem concorra para os grandes centros urbanos tenha, como necessidade acessória, de acudir ao interior do País, onde há menos concorrência? Por fim, refiro a insuficiência no ambulatório. Ao fim de três anos, continua um grupo de trabalho a estudar como incentivar a cirurgia em ambulatório. Ora, para nós, a cirurgia em ambulatório tem virtudes óbvias,…
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — … quer ao nível sanitário, quer ao nível social, quer em termos financeiros. Quando é que vamos ter respostas para uma maior implantação da cirurgia em ambulatório? Em quarto lugar, refiro o erro principal, da inércia.
Neste caso, obviamente, não podemos deixar de falar na unidose. Qual é, Sr.ª Ministra, o vosso problema com a unidose?
Aplausos do CDS-PP.
Os senhores sabem que têm um compromisso eleitoral para a saúde e a vossa proposta é apenas a de, entre as 3000 farmácias que existem no País, escolher uma para começar, a título experimental, a fazer a dispensa de medicamentos em unidose. Ora, para os senhores, esta dispensa em unidose pode não ser importante e têm medo dela por alguma razão, mas para nós esta é uma forma de o utente e de o Estado pouparem dinheiro! Por que é que não avançam?
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Secretário de Estado comprometeu-se aqui, na Assembleia da República, a iniciar a dispensa dos medicamentos em unidose em Julho. Faltam duas semanas. Podemos ter a garantia que vai começar, a título experimental, a dispensa dos medicamentos por unidose numa única farmácia de entre as 3000 existentes?
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Outra inércia do Governo tem a ver com o Plano Oncológico Nacional.
Esperamos que à quarta seja de vez, porque há três anos que estamos sem um plano para esta área, que é considerada prioritária.
Por fim, refiro o erro principal: a indefinição. Os senhores, no Partido Socialista, gostam muito de dizer que têm o coração à esquerda, mas a verdade é que têm a carteira à direita.
Protestos do PS.
É que, com o fim das parcerias público-privadas, vão tornar essa área ainda mais apetecível não para grupos da saúde, mas para construtoras. Sabe porquê, Sr.ª Ministra? É que a construção é fácil: consiste em construir, vender e fazer lucro.
O Sr. Luís Fazenda (BE): — Quem diz a verdade não merece castigo!
A Sr.ª Teresa Caeiro (CDS-PP): — Possivelmente, as construtoras até quererão ficar com a concessão e com uma parceria para a lavandaria e para a alimentação, porque é fácil e dá lucro. Mas as parcerias têm de envolver o bom e o mau da gestão, a construção e a gestão, o que é apetecível e o que é desagradável na gestão da saúde, o que dá lucro e o que não dá lucro. No entanto, os senhores não se definem quanto a isto.