15 | I Série - Número: 108 | 18 de Julho de 2008
O Sr. José Paulo Carvalho (CDS-PP): — … o PS chumbou-a e o Governo nada fez, rigorosamente.
Sr.ª Deputada, vou concluir com uma pergunta: a Sr.ª Deputada está em condições de nos assegurar aqui que, no próximo ano, vai haver avaliação de professores a sério, tal e qual está previsto no decreto regulamentar de Janeiro de 2008, ou vamos ter outra vez uma farsa de um acordo feito pela Sr.ª Ministra com os sindicatos para fingir que há avaliação?
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Manuela de Melo.
A Sr.ª Manuela Melo (PS): — Sr. Presidente, Sr. Deputado José Paulo Carvalho, agradeço a sua intervenção e posso garantir-lhe que o Ministério, tal como o Grupo Parlamentar do Partido Socialista – e espero que, quando citar isto, cite a frase toda –, está realmente a trabalhar para as estatísticas, que nos envergonham, porque, e falando no caso específico da Matemática que expus da tribuna, o que está ser feito para apoiar os professores e os alunos de matemática é algo que nunca se fez neste País, e não é grande problema porque tinha-se feito pouco.
Portanto, o investimento no desdobramento de turmas, no apoio de mais professores, no apoio técnico aos professores, nos 3000 itens disponíveis para Matemática, nos testes intermédios que todos os professores podem dar aos seus alunos, tudo isso tem de dar resultados. Ou o senhor é daqueles que não acredita que o esforço que se faz na aprendizagem vale a pena? Eu acredito e a escola existe para ter mais trabalho, melhor trabalho e, com isso, obter mais resultados.
É com essas estatísticas que estamos de acordo e é para elas que estaremos sempre a trabalhar.
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. José Paulo Carvalho (PS): — Só não fala na qualidade e na exigência!
A Sr.ª Manuela Melo (PS): — Quanto às propostas que o Sr. Deputado foi apresentando ao longo deste ano, sei que o senhor é um Deputado trabalhador e que verte em propostas o que foi o seu programa eleitoral.
Tudo bem, mas não espere que sejamos nós a cumpri-las! Sr. Deputado, ganhe as eleições ou arranje uma coligação que possa levá-las à prática e, então, pode fazê-las todas! O seu colega Diogo Feio afirma que só vale a pena voltar ao governo se puder levar por diante as suas reformas da educação. É triste que não tenha concretizado nenhuma delas antes quando estava no governo, mas isso já não importa agora.
Portanto, Sr. Deputado, nós temos um grande grau de ambição…
O Sr. José Paulo Carvalho (CDS-PP): — Não parece nada!
O Sr. Paulo Rangel (PSD): — Ó valha-nos Deus!...
A Sr.ª Manuela Melo (PS): — … e ele passa pela escola pública e pelo serviço público de educação com grande dignidade. É nisso que trabalhamos e não tenho dúvidas que é exactamente isso que estamos a fazer.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para uma declaração política, tem a palavra a Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: A questão do nuclear veio outra vez à ordem do dia, agora por iniciativa do Governador do Banco de Portugal.
Aí há uns tempos, tínhamos empresários, que, curiosamente, nunca tiveram preocupações ambientais, a dizer que era preciso um combate contra as alterações climáticas e que, por isso, era inevitável construir uma ou mais centrais nucleares em Portugal. Agora, temos Victor Constâncio a dizer que temos uma dependência tal do petróleo que temos que ponderar a instalação de reactores nucleares em Portugal.