79 | I Série - Número: 017 | 7 de Novembro de 2008
passa, mas eu gostaria de responder ao que disse do PSD. Já ontem o Sr. Primeiro-Ministro, no seu discurso supostamente sobre o Orçamento do Estado, falou em mais de metade do discurso sobre o PSD.
Ora, o Sr. Ministro resolveu eleger hoje o PSD como inimigo principal. Talvez isso fosse aceitável por sermos o principal partido da oposição, mas não é isso que se passa nem é essa a nossa interpretação. O que se passa é que VV. Ex.as têm cada vez mais receio do PSD.
Risos do PS.
Antes atacavam o PSD, dizendo que não fazia propostas, que não tinha alternativas. O PSD, responsavelmente, começou a apresentar propostas e alternativas, mas VV. Ex.as continuam a atacar o PSD, como se ele nada tivesse feito.
O Sr. José Junqueiro (PS): — A começar pela vossa presidência!
O Sr. Hugo Velosa (PSD): — Gostaria também de deixar uma nota dado o mau gosto com que se referiu à Presidente do PSD. Sabe por que é que é de mau gosto? Porque a Presidente do PSD não está cá. Do ponto de vista político e do ponto de vista parlamentar, V. Ex.ª refere-se à Presidente do PSD de uma forma que considero inaceitável aqui ou em qualquer fórum em que nos encontremos.
Encontramo-nos no Parlamento, onde a Presidente do PSD não está presente e V. Ex.ª tem todo o direito, tal como o Partido Socialista e o Governo têm todo o direito, de não gostar da Presidente do PSD. No entanto, quero sublinhar que não deve referir-se à Presidente do PSD nos termos em que se referiu.
Por fim, gostaria de deixar-lhe uma questão que, para nós, é clara: o seu discurso foi um discurso essencialmente político. Por isso, do ponto de vista político, pergunto-lhe: qual é o problema que VV. Ex.as têm com a nova Direcção do PSD? É porque gostam do PSD ou é porque acham que o PSD é a verdadeira alternativa a este Governo?
Aplausos do PSD.
O Sr. José Junqueiro (PS): — Nem uma coisa nem outra!
O Sr. Honório Novo (PCP): — O problema é que não é alternativa. É a mesma coisa!
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares.
O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — Sr. Presidente, Srs. Deputados, começo por responder à Sr.ª Deputada Luísa Mesquita, sendo que parte da minha resposta aplica-se também a uma pergunta colocada pelo Deputado Hugo Velosa.
O que desmente as suas afirmações sobre um alegado crescimento da pobreza e das desigualdades não é a minha propaganda, Sr.ª Deputada! São os factos! A Sr.ª Deputada usa os dados do relatório da OCDE referente a 2004, mas, se olhar para a série da União Europeia sobre o risco de pobreza, verá que Portugal, nessa série, baixou consistentemente de 23% para os actuais 18%. Portanto, o risco de pobreza não tem aumentado em Portugal! Tem diminuído! A Sr.ª Deputada parece, aliás, ter o mesmo problema do Sr. Deputado Honório Novo, que ainda há pouco garantia que os salários reais em Portugal tinham baixado.
O Sr. Honório Novo (PCP): — Eu não disse isso, mas pode atribuir-me isso porque eu di-lo-ia.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — São dados do INE!
O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — Já não me atrevo a citar o que o Banco de Portugal e o INE dizem, que é justamente que os salários reais aumentaram no ano passado e que aumentarão também este ano.