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88 | I Série - Número: 017 | 7 de Novembro de 2008

Mas vamos, finalmente, ao último ponto que pretendia suscitar-lhe, Sr.ª Deputada. É que a equidade ainda tem outra perspectiva: a da justa repartição dos custos, de pedir mais a quem mais tem.
A Sr.ª Deputada sabe qual foi o Governo que propôs à Assembleia da República que acabasse com o regime das subvenções especiais dos titulares de cargos políticos? A Sr.ª Deputada sabe qual foi o Governo que acabou com os benefícios próprios do regime de aposentação dos gestores públicos e dos administradores do Banco de Portugal?

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sei é quanto ganha o Governador do Banco de Portugal e outros que tais!

O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — A Sr.ª Deputada sabe qual foi o Governo que propôs à Assembleia uma taxa de IRS de 42%? A Sr.ª Deputada sabe? Sabe e, aliás, até está contra! Sabe qual foi o Governo que conduziu o processo de convergência entre os vários regimes de protecção social e acabou com os regimes especiais de protecção na saúde para corpos especiais cuja profissão os não exige, ressalvados os militares e as forças de segurança? A Sr.ª Deputada sabe que a resposta é só uma: este Governo e esta maioria! Portanto, Sr.ª Deputada, quando pensar em interpelar um membro do actual Governo ou da actual maioria sobre questões de equidade social e fiscal, deixo-lhe um conselho: pense duas vezes!

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra a Sr.ª Deputada Rosário Cardoso Águas.

A Sr.ª Rosário Cardoso Águas (PSD): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as Deputadas e Srs. Deputados: Começo por dizer que me parece necessário ter algum topete para o Governo vir a esta Assembleia adjectivar este Orçamento, de forma insistente, como um orçamento de rigor. É que este Orçamento, antes de ser discutido nesta Assembleia, já havia sido rectificado três vezes. Foi rectificado com o anúncio de 4000 milhões de euros para os bancos, foi rectificado com o anúncio da medida de nacionalização do BPN, foi rectificado com a decisão de pagar às PME portuguesas as dívidas do Estado. Se isto não são rectificações ao Orçamento do Estado, acabado de entregar, não sei o que são!

Vozes do PSD: — Muito bem!

A Sr.ª Rosário Cardoso Águas (PSD): — Mas isto não é tudo! Já hoje aqui foi referida a alteração metodológica ocorrida no tratamento de algumas despesas, que torna este Orçamento incomparável e incoerente com todos aqueles que o precederam. E o importante é sublinhar que a ausência desta explicação, no Relatório, compromete a veracidade de um documento que tem um valor histórico.
O Sr. Ministro das Finanças zangou-se — está, aliás, neste momento, a ausentar-se da Sala —, no entanto não é connosco que se deve zangar, mas sim com alguém da sua equipa, por ser responsável por entregar a este Parlamento um documento incorrecto.

O Sr. Miguel Frasquilho (PSD): — Muito bem!

A Sr.ª Rosário Cardoso Águas (PSD): — Ao fim de quatro anos de governação, de cinco Orçamentos do Estado e de uma maioria parlamentar exemplarmente obediente mas pouco criativa, vejamos onde nos conduziu o Governo do Eng.º Sócrates: o desemprego aumentou, o poder de compra reduziu, a economia estagnou e, não obstante o enorme aumento da carga e receita fiscal, a despesa corrente viu o seu peso no PIB crescer em 2.3 pontos percentuais.
Os portugueses confiaram neste Governo e nos objectivos delineados no Plano de Estabilidade e Crescimento (PEC), que era o Plano para uma Legislatura; agora, é tempo de acertar contas e analisar o balanço. A verdade é que nenhum dos objectivos foi cumprido.
É especialmente preocupante a derrapagem na reforma da Administração Pública, porque foi em nome