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92 | I Série - Número: 017 | 7 de Novembro de 2008

Dizia eu que o Sr. Deputado, ontem, falava com a propriedade de um membro de um governo que deixou Portugal numa das suas mais profundas crises orçamentais.

Protestos do PSD.

Falava com a propriedade de quem, no fundo, ajudou a criar essas mesmas condições ímpares: um défice orçamental projectado (ímpar no contexto europeu) e um conjunto de manobras orçamentais, por exemplo, com uma hipersuborçamentação no sector da saúde e no financiamento da Rede Rodoviária Nacional.
Estes são os resultados concretos da análise da situação do País a meio do ano de 2005.
Hoje, o PSD começou por transformar esta discussão do Orçamento do Estado para 2009 numa discussão tçcnica, numa questão relacionada com, se quisermos, critçrios contabilísticos,»

Protestos do PSD.

» fazendo desta discussão não uma discussão relativamente ao Orçamento do Estado para 2009 mas relativamente aos números e aos quadros de relatório do Orçamento, que não esclareceriam a todo o momento uma discrepância sobre a forma de cálculo de dados que — disse-nos hoje o próprio Deputado do PSD que interveio — não têm qualquer relevância para o valor do défice orçamental, que era o principal agregado de que falávamos aqui.

Protestos do PSD.

Bom, ontem, dizia-nos o PSD que queria falar de um novo modelo, um o novo modelo de desenvolvimento que reforce as condições de incremento do investimento privado.
Mais: em tom inflamado, dizia o Deputado do PSD: «Tudo para que não mais volte a acontecer o que, mais uma vez, sucede neste Orçamento: o aumento da despesa pública». Interessante! Interessante, mas obviamente contraditório! Como é possível que um partido cujas únicas medidas de política alternativa que apresenta têm um custo — estimado pelos próprios — no mínimo superior a 700 milhões de euros, que não aponta uma única medida de impacto orçamental que proponha a redução da despesa pública, consiga, neste momento, falar de verdade e de credibilidade «para que não mais volte a acontecer o que, mais uma vez, sucede neste Orçamento: o aumento da despesa pública»?! Há, no entanto, uma passagem na intervenção de ontem do Deputado do PSD que deve ser retida e merece ser sublinhada, porque se adequa perfeitamente ao PSD e à própria intervenção. Refiro-me à citação da Agustina: «Os actos de que somos vítimas são em parte os nossos actos». Esta, sim, é uma citação rigorosa e completamente verdadeira. Os actos de que o PSD se diz vítima são em boa parte, senão na sua totalidade, os seus próprios actos!

O Sr. Luís Campos Ferreira (PSD): — E a pergunta?!

O Sr. Presidente: — Queira concluir, Sr. Deputado.

O Sr. Hugo Nunes (PS): — Vou concluir, Sr. Presidente.
Hoje, a Sr.ª Deputada Rosário Águas veio falar-nos sobre o que interessava ao PSD neste debate do Orçamento do Estado. Sr.ª Deputada, seria bem mais interessante se tivesse vindo a este debate falar sobre o que interessa aos portugueses, sobre a resolução dos problemas concretos dos portugueses.

A Sr.ª Helena Terra (PS): — Muito bem!

O Sr. Hugo Nunes (PS): — Terminou, obviamente, falando de investimento público, dizendo que o seu partido era a favor de investimento público desde que fosse investimento público de utilidade.