94 | I Série - Número: 017 | 7 de Novembro de 2008
O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — Responda às perguntas que lhe fizeram!
A Sr.ª Rosário Cardoso Águas (PSD): — Fantochadas, não têm outro nome!
Protestos do PS.
Sr. Ministro Augusto Santos Silva, quem sou eu para falar com uma pessoa com tanta experiência política? Mas, sinceramente, o senhor fez-nos hoje, aqui, um discurso cuja guinada à esquerda social impressionou qualquer um. Acho que ainda vou vê-lo, no Natal, a promover chazinhos de caridade!!
Risos do PSD.
Como é possível mudar tanto o discurso?!
Protestos do PS.
Quase parece, Sr. Ministro, que lhe deu jeito esta crise para agora anunciar políticas sociais.
Vozes do PSD: — Muito bem!
A Sr.ª Rosário Cardoso Águas (PSD): — No ano passado, cortaram nos interesses dos deficientes. Hoje, dão cabazes de Natal! Por amor de Deus, Sr. Ministro! Parece que tiraram para agora voltar a dar! Isto não é sério! Só no ano passado, fecharam 50 000 empresas em Portugal; este ano, vão fechar mais 50%.
O Sr. Secretário de Estado Adjunto e do Orçamento: — Quais são os investimentos? Responda! Não está a responder a nada!
A Sr.ª Rosário Cardoso Águas (PSD): — O desemprego qualificado está a subir desde 2004! Afinal, que Plano Tecnológico é este?
Aplausos do PSD.
A Sr.ª Helena Terra (PS): — Aos costumes disse nada!
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Paulo Portas.
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Ministro de Estado e das Finanças, Sr.as e Srs.
Ministros: Tivemos, hoje de manhã, um debate bastante interessante sobre a política fiscal do Governo e a política fiscal que, em alternativa, o CDS propõe e defende.
Partindo de um pressuposto — a avaliação que o Governo considera credível, e nós não, das projecções de receita fiscal para o próximo ano —, abordando a questão colocada pelo Supremo Tribunal Administrativo da coima aplicável, além dos juros de mora e do imposto em dívida atribuível a terceiros, a quem não tenha entregue ainda o IVA ao Estado, levantei, em nome do CDS, uma questão que, para o CDS, não é técnica mas, sim, doutrinária e que tem a ver com o imposto sobre as sucessões e doações.
O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — Já não acabou?!
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Percebendo eu que alguma esquerda considere que essa é uma questão técnica (outra, certamente, entenderá que é ideológica), para nós é, de facto, uma questão de doutrina saber qual é o limite de apropriação pública, por via fiscal, sobre o que é do núcleo essencial da família: a transmissão ou doação dos seus bens. Para nós não é uma questão técnica, é uma questão doutrinária.
Entendemos que o Estado pára à porta de casa!