33 | I Série - Número: 033 | 15 de Janeiro de 2009
O Sr. Mota Andrade (PS): — Zero!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Pelo contrário, o partido que tem mais responsabilidade, porque é o maior da oposição — o PSD — , a única coisa que consegue fazer é criticar e mais criticar.
O Sr. Paulo Rangel (PSD): — Claro!
O Sr. Primeiro-Ministro: — O PSD habituou-se a isto, a dizer mal de tudo, convencidos que estão de que sustentarão uma alternativa política apenas dizendo mal do Governo! Eu acho que essa não é a boa linha.
Protestos do Deputado do PSD Hugo Velosa.
O PSD, aliás, não hesita em classificar estes debates como intervalo publicitário, como se o facto de o Governo vir aqui com propostas, com iniciativa e com acção signifique alguma espécie de diminuição do debate democrático.
Pelo contrário, o que esta crise impõe é quem tenha iniciativas, quem apresente as suas ideias e quem tenha a coragem de as defender. O País não suportará a inércia, o País não acompanha aqueles que dizem mal de tudo. Nós vivemos nesta situação espantosa de sermos, talvez, o único país na Europa —  para já não dizer no mundo —  em que existe um partido da oposição que, em vez de dizer ao Governo para fazer mais, pede ao Governo para nada fazer,»
Aplausos do PS.
Protestos do PSD.
» aliás, muito presos áquela velha doutrina que ouvimos em 2003, quando as principais vozes do governo de então nos diziam: «Não é possível fazer nada contra a recessão. O melhor é esperar que ela passe ao nível europeu, para, então, sim, recuperarmos». Não é disso que o País está à espera. O que o País está à espera é de iniciativa e de acção, em particular em investimento na área da saúde e do Serviço Nacional de Saúde.
Mas há respostas que não foram respondidas»
Vozes do PSD: — Isso é verdade!
O Sr. Primeiro-Ministro: —  » perdão, há perguntas que não foram respondidas, e elas foram aqui deixadas. Porque, realmente, a única proposta que o PSD fez ao longo deste tempo foi, justamente, na área da saúde, em que recomendava ao Governo que se retirasse mais da saúde e que, porventura, obrigasse a classe média a pagar os serviços de saúde como forma —  dizia o PSD —  de «assegurar uma maior justiça no nosso País.» Há aqui uma separação de águas completamente evidente.
Mas o que é espantoso é que o PSD não assuma isso e cada vez que o Sr. Deputado ou eu próprio lembramos essa afirmação da liderança, como elemento essencial para o debate, mude de conversa. Não quer falar nisso, não lhe agrada a ideia de ter de responder por essa proposta!
Protestos do PSD.
O que se nota é que o PSD não aprendeu nada com a crise e tem um problema não apenas com as lideranças e com as pessoas mas, principalmente, com o seu Programa.
Protestos do PSD.