O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

28 | I Série - Número: 033 | 15 de Janeiro de 2009

A política do Governo, se tivéssemos que caracterizá-la talvez em duas ou três palavras, foi de encerramento e encarecimento. Isto caracterizou, ao longo destes anos, a política de saúde deste Governo.
Foram céleres em encerrar serviços, foram céleres em encerrar unidades de saúde, mas são lentos, tão lentos, a fazer o que consideravam e prometiam como alternativa! Os serviços de urgência básica continuam à espera, continuamos à espera de ambulâncias e de helicópteros de emergência pré-hospitalar! O INEM falha, atrasa-se! A saúde está mais cara para os portugueses, pois alargaram as taxas moderadoras e diminuíram os medicamentos comparticipados! E, Sr. Primeiro-Ministro, qual é a verdadeira carência de médicos em Portugal — sabemos que ela existe e é grossa — e qual é o verdadeiro impacto das medidas que o Sr. Primeiro-Ministro aqui veio anunciar para essa carência efectiva? Precisamos de saber isto tudo!

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia, ouvi-a falar em seriedade na política?!

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sim, ouviu!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Pois olhe, Sr.ª Deputada, estamos todos ansiosos, por uma vez na nossa vida política, por sabermos quanto vale eleitoralmente o partido de V. Ex.ª.

Aplausos do PS.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Já está sem argumentos!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Nessa altura, a Sr.ª Deputada fale de seriedade connosco!

Aplausos do PS.

Sr.ª Deputada, o caminho político de reformas na saúde está bem claro para este Governo. Trata-se de uma reforma na melhoria dos cuidados primários de saúde, por isso formámos as unidades de saúde familiar.
Neste momento, há mais 200 000 portugueses que têm médico de família porque construímos esta reforma.
Algum dia esta reforma contou com o apoio dos partidos mais à nossa esquerda?

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Claro que não!

O Sr. Primeiro-Ministro: — Nunca, porque os senhores acham que qualquer reforma põe em causa o status quo, e isso desagrada-vos! Além disso, temos hoje milhares de camas para idosos, uma rede de cuidados continuados. Isso existia antes? Não existia. Isso permitiu libertar os hospitais e também melhorar os cuidados de atendimento na saúde aos idosos. Isso significa uma mudança, uma reforma para melhor no nosso Serviço Nacional de Saúde.
Algum dia essa reforma contou com o apoio desses partidos? Nunca! Por isso, diga-me, Sr.ª Deputada, que autoridade moral tem para falar em melhorias que exige e que reclama para o Serviço Nacional de Saúde?!

Protestos do Deputado de Os Verdes Francisco Madeira Lopes.

Nenhuma autoridade moral! A Sr.ª Deputada opôs-se sempre a todas as mudanças que vieram a confirmar-se como boas mudanças em favor do Serviço e em favor de uma melhor saúde para os portugueses.