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35 | I Série - Número: 039 | 29 de Janeiro de 2009

O Sr. Francisco Madeira Lopes (Os Verdes): — » e cujas consequências os portugueses sentiam na «pele».

Vozes do PCP: — Muito bem!

O Sr. Francisco Madeira Lopes (Os Verdes): — Sr. Primeiro-Ministro, V. Ex.ª concordará certamente que, num ambiente de crise e de dificuldades, é importante um discurso realista e credível para devolver a confiança aos portugueses.
A empresa Qimonda, que aqui já, hoje, foi falada, encontra-se, neste momento, em graves dificuldades; no entanto, no passado dia 14, o Governo voltou a referir, neste Plenário, o caso da Qimonda como um exemplo de sucesso — foram as palavras do Sr. Primeiro-Ministro — »

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Foi exactamente isso que o Sr. Primeiro-Ministro disse!

O Sr. Francisco Madeira Lopes (Os Verdes): — » relativamente ás políticas deste Governo no apoio ás empresas.
Ora, em Dezembro passado, já havia declarações da própria empresa Qimonda no sentido de dizer que estava em dificuldades de liquidez financeira e que, inclusivamente, estava à procura de uma parceira institucional para ajudar ao financiamento da empresa.
Sr. Primeiro-Ministro, é importante falar verdade e ter noção das dificuldades que as empresas, designadamente, as pequenas e médias empresas, estão a passar no nosso País e dos postos de trabalho que estão em causa. Podemos referir a Ecolet, o Grupo Suberus, a fusão Sumol-Compal — onde também houve despedimentos — , o sector automóvel — que conta já com 3200 despedimentos — , a Sonae Indústria, a Timar, a Philips, em Ovar, etc., etc. São centenas de empresas, são milhares de postos de trabalho em perigo e, por consequência, famílias que sofrem e que estão em extrema dificuldade, Sr. Primeiro-Ministro! É, pois, preciso saber qual é o acompanhamento e o apoio do Governo às empresas.
Por exemplo, em relação às minas de Aljustrel, caso que também, hoje, já foi lembrado, o Governo vem dizer que garante os 200 postos de trabalho. Mas o problema, Sr. Primeiro-Ministro, é que nas minas de Aljustrel não existiam 200 postos de trabalho mas, sim, 800.

O Sr. Presidente: — Queira concluir, Sr. Deputado.

O Sr. Francisco Madeira Lopes (Os Verdes): — É preciso que o Governo fale verdade quando refere estas questões.
Quando o Governo propõe um pacote de medidas contra a crise, pacote, esse, que não é credível no cenário macroeconómico que, mais uma vez, apresentou, como já não era credível no cenário macroeconómico do Orçamento do Estado para 2009, é questão para perguntar: onde está a credibilidade deste Governo da luta contra a crise?

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr. Deputado Francisco Madeira Lopes, desculpar-me-á, mas entendo que a sua intervenção é bem o espelho do comportamento da oposição. A oposição limita-se a descrever o problema, a apresentá-lo nas suas facetas mais trágicas e negras, mas não traz qualquer contributo para a solução do problema.

Protestos de Os Verdes.

As diferentes bancadas acham que o País não está a olhar? As diferentes bancadas acham que este não é o momento em que os portugueses esperam que todas as lideranças políticas apresentem as suas soluções e façam as suas propostas? Os Srs. Deputados acham que os portugueses se contentam com a contestação, por mais viva que seja?