41 | I Série - Número: 042 | 5 de Fevereiro de 2009
mesmos de sempre: à custa de quem trabalha, à custa dos que menos têm e menos podem e que não têm qualquer responsabilidade na falência dos bancos.
Vozes do PCP: — Muito bem!
O Sr. António Filipe (PCP): — O PCP, ao fazer esta interpelação ao Governo e ao avançar com um conjunto de propostas, que visam, de facto, combater a profunda crise que o País atravessa, pretende deixar uma mensagem muito clara a todos os portugueses: a de que este partido não se resigna com as injustiças; não aceita que o desemprego e a pobreza que crescem neste país sejam uma fatalidade; e não vira a cara à luta, por maiores que sejam as dificuldades! Os portugueses sabem, nos momentos difíceis, quem são aqueles com quem podem realmente contar!
Aplausos do PCP e de Os Verdes.
O Sr. Presidente: — Para intervir no encerramento desta interpelação, em nome do Governo, tem a palavra o Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares.
Vozes do PSD: — Ohhh!» Ainda bem que esperámos!
Risos.
O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O debate que, agora, encerro tornou evidente uma profunda divergência entre, de um lado, o Governo e a maioria parlamentar e, do outro lado, a oposição — uma divergência sobre as atitudes perante a crise e uma divergência sobre as medidas de política propostas para responder à crise e prosseguir o esforço da modernização da economia e da sociedade portuguesa.
Em primeiro lugar, uma divergência, em matéria de atitudes: há quem foque todo o seu trabalho no combate à crise — é o caso do Governo, é o caso da maioria do Parlamento — , mas há quem tente usar a crise para combater o Governo. Do nosso ponto de vista, esta segunda atitude é profundamente errada.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Já que não se consegue mudar o Governo, para combater a crise temos de combater o Governo!
O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — Todas as energias desperdiçadas para tentar instrumentalizar a crise, tornando-a num instrumento de combate ao Governo, são energias desviadas do esforço nacional que deveria ser concentrado e que está concentrado no combate e na resposta à crise.
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — O Governo procura focar-se nas questões centrais da crise que vivemos, hoje, em todo o mundo: a instabilidade do sistema financeiro; as dificuldades no acesso ao crçdito, designadamente, por parte das empresas;»
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Ah!» Está a ver-se!
O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — » as dificuldades sentidas pelos sectores exportadores, vista a recessão nos mercados tradicionais da exportação;»
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Olhe que isso é proteccionismo!
O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — » as dificuldades no investimento e a necessidade de apoios públicos de natureza fiscal ou outra ao investimento privado; as dificuldades na manutenção de postos