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8 | I Série - Número: 050 | 26 de Fevereiro de 2009

Já percebemos que se fosse um simples trabalhador que, por razões alheias à sua vontade, não pudesse pagar ao banco a casa que adquiriu por ter ido parar ao desemprego, passados 2, 3 ou 4 meses, o banco executava rapidamente e em força a hipoteca, sem dó nem piedade.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Exactamente!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Mas, enfim» Esta situação levanta um problema: é que os ricos e especuladores têm sempre a «porta aberta» para negócios leoninos deles próprios.
Não lhe assenta bem o «fato» de Robin dos Bosques, Sr. Primeiro-Ministro, porque, ao menos, o que deveria ter feito, tendo em conta as suas opções de classe, era tratar tão bem os pobres como os ricos. Ora, é precisamente isso que V. Ex.ª não faz!! A vantagem é toda para o grande capital, para estes senhores do dinheiro, e nada para aqueles que têm a «corda na garganta».

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Sr. Primeiro-Ministro, nesse sentido, em relação ao BPN, não teria sido melhor que o seu Governo se tivesse decidido pela nacionalização do Grupo SLN e, desta forma, ter tomado posse de importantes activos, com a possibilidade de resolver a situação de grandes dificuldades por que passam mais de 4000 trabalhadores em vez de ter nacionalizado apenas os prejuízos? Ao menos responda a esta pergunta, se quiser» Tambçm não ç importante» Não costuma responder!...
Se responder, ou não, pouco interessa. De qualquer forma, fica aqui a nota.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr. Deputado Jerónimo de Sousa, o que fica claro da intervenção do Sr. Ministro das Finanças é que a orientação que o Estado deu à Caixa-Geral de Depósitos foi no sentido de orientar a sua acção para dar mais crédito à economia portuguesa.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Ah, essa orientação deu!...

O Sr. Primeiro-Ministro: — Nós não damos orientação relativamente a actos de gestão em concreto. Sr. Deputado, não nos julgue à sua própria medida!

Protestos do PCP.

Se o Sr. Deputado considera que esse devia ser o comportamento do Governo, está enganado! Este Governo não dá orientações em concreto à Caixa-Geral de Depósitos para negócios em concreto.
A orientação que deu, isso sim, foi para que a Caixa-Geral de Depósitos aumentasse o crédito à nossa economia, em particular às pequenas e médias empresas.
«Opções de classe«» Já cá faltavam as suas opções de classe!... Olhe, Sr. Deputado, a minha opção foi defender o interesse nacional, isto é, defender o interesse nacional da nacionalização do BPN.

Protestos do PCP.

Porque se seguíssemos a orientação do Partido Comunista Português que diz: «sim, nacionalizar, mas não em concreto, não o BPN», então teríamos aquilo que todos intuíamos, ou seja, a corrida aos depósitos.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Não foi essa a pergunta!