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9 | I Série - Número: 050 | 26 de Fevereiro de 2009

O Sr. Primeiro-Ministro: — Hoje, está mais claro do que nunca que se o Estado nada tivesse feito, se não tivesse tomado a decisão de nacionalizar, teríamos um prejuízo muito grave para o nosso país, para os depositantes e para o sistema financeiro em geral.
Foi por isso, Sr. Deputado, que fizemos o que fizemos, como sempre dissemos, para defender os depósitos dos portugueses. Repito: o Estado tudo fará para defender os depósitos dos portugueses.

O Sr. João Oliveira (PCP): — As fortunas!

O Sr. Primeiro-Ministro: — O que não faremos é nacionalizar qualquer empresa quando nem sequer sabemos se isso seria uma vantagem ou um prejuízo para as contas põblicas portuguesas»

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Ah, no caso do banco sabia?!

O Sr. Primeiro-Ministro: — O que fizemos foi defender os depósitos dos portugueses e, mais do que isso, defender também as consequências positivas que essa nacionalização teve para a preservação do nosso sistema bancário nacional.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Jerónimo de Sousa.

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Sr. Presidente, esta Assembleia já viu que o Sr. Primeiro-Ministro passa rapidamente da roupagem de Robin dos Bosques para a de Pilatos: nada tem nada a ver com as decisões da Caixa-Geral de Depósitos, que, naturalmente, vai dar menos impostos ao Estado, com todas as consequências que isso tem.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Exactamente!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Mas, enquanto nunca falta ajuda aos ricos, acabamos de saber que o desemprego cresceu assustadoramente em Janeiro: mais 70 000 pessoas sem emprego!!

A Sr.ª Rosa Maria Albernaz (PS): — Cresceu em todo o mundo!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Isto apesar do que o Sr. Primeiro-Ministro declarou na semana passada quando disse que «existiam sinais animadores»... Eis um exemplo de propaganda clara!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!

O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Com o desemprego a aumentar, o Governo continua a, teimosamente, rejeitar alterar as regras de atribuição do subsídio de desemprego cuja modificação impôs em 2006.
Neste momento, os desempregados sem subsídio já são mais de metade do desemprego efectivo e 40% do desemprego estatístico. Claro que, com isto, o Governo vai continuar a poupar os 400 milhões de euros que poupou entre 2007 e 2009»! Sr. Primeiro-Ministro, a sério: vocês não imaginam o que estão a fazer em relação aos jovens, particularmente aos jovens desempregados que não têm acesso ao subsídio de desemprego!! Digo-lhe, Sr. Primeiro-Ministro, que a sua teimosia vai transformar muitos jovens desempregados em jovens desesperados, e isso não é bom. Por isso mesmo, essa teimosia tem de ser corrigida!! Não calaremos a nossa voz, não descansaremos enquanto o Governo não alterar os critérios de atribuição do subsídio de desemprego, alteração essa que pode ter consequências sociais profundamente positivas, tendo em conta o drama que hoje atinge milhares de trabalhadores, particularmente os jovens.