17 | I Série - Número: 062 | 27 de Março de 2009
Entenda, Sr.ª Deputada: o Partido Socialista não tem o exclusivo das soluções para os problemas que os portugueses atravessam!
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Adão Silva (PSD): — O Partido Socialista e o Governo não são os únicos que podem dizer que «Em Portugal há uma crise e só nós temos soluções para isto». Não pode! Até lhe vou dizer que este é um pensamento — e até vou usar o adjectivo que o Secretário-Geral do seu partido gostava de usar neste Plenário, há vários anos — «cavernícola»!
Protestos do PS.
É um pensamento cavernícola, Sr.ª Deputada! Olhe, é uma palavra cifrada e, de alguma maneira, com «marca registada» do seu Secretário-Geral: é cavernícola este pensamento! Porque, veja, esta matéria não pode ser abordada numa lógica de a contra b. E mais: não pode ser abordada numa lógica de «nós temos as soluções, os senhores não têm soluções».
Porque, veja, os senhores dizem: «O Partido Socialista é que tem soluções para os problemas dos portugueses». Então, qual é a solução para os 470 000 desempregados, Sr.ª Deputada?!
Vozes do PSD: — Nenhuma!
O Sr. Adão Silva (PSD): — Qual é a solução para os 200 000 cidadãos portugueses que ficaram sem emprego e já acabaram o subsídio de desemprego ou, simplesmente, nunca o tiveram? Qual é a solução, Sr.ª Deputada?
Vozes do PSD: — Não interessa!
O Sr. Adão Silva (PSD): — Mais: a Sr.ª Deputada diz que o Governo tem dado para os apoios sociais e para os acordos sociais. Então, explique-me uma coisa: como é que se compreende que, no primeiro momento em que o Governo trouxe aqui a revisão do Orçamento para 2009, tivessem sido retirados 12,5 milhões de euros ao orçamento da acção social? Explique-me lá, Sr.ª Deputada!
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Adão Silva (PSD): — Finalmente, Sr.ª Deputada, o Partido Socialista tem de se entender nesta matéria, porque os senhores dizem que a nossa proposta não serve, não interessa. Não há qualquer problema! Os senhores têm uma solução.
Então por que é que o Dr. Mário Soares há uma semanas atrás, veio clamar e escrever num periódico que era necessária a criação de um fundo social, sob pena de o País entrar numa situação de tensão e de falta de coesão que pode ser difícil acautelar os seus efeitos e pode ter prejuízos absolutamente devastadores?! Diga-me, Sr.ª Deputada, se tiver a bondade.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Machado.
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Isabel Coutinho, duas questões, muito sinteticamente, para lhe dizer que o programa PARES tantas vezes elogiado por este Governo PS tem um grave problema, na nossa opinião, além de ser inserir nesta estratégia de desresponsabilização do Estado. É que o programa PARES tem uma parte de comparticipação do Estado e tem uma outra parte em que a comparticipação é feita pelas próprias IPSS.