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19 | I Série - Número: 073 | 27 de Abril de 2009

das revoluções em todo o mundo, abrindo aliás o caminho e servindo de exemplo para outros processos de transição democrática.
Na verdade, devemo-nos orgulhar por tudo que se conseguiu e continuar a lutar pelo que falta conseguir, porque a luta pela liberdade; a luta contra a tirania, qualquer tirania; a luta contra qualquer forma de discriminação; a luta pela igualdade de oportunidades, pelo direito de todos, sem excepção, a condições de vida decentes está no seu código genético e continua a marcar a sua acção a todos os níveis, incluindo, naturalmente, no Governo. E, ao dizê-lo, não estamos a proclamar nenhuma exclusividade, nem muito menos a reclamar qualquer monopólio.
Por certo não terão sido alcançadas todas as metas desejadas, mas não podem restar dúvidas, hoje, de que o balanço é francamente positivo. Não podemos esquecer tudo o que foi conquistado: Portugal é um País diferente do que existia em 1974 e negar esta verdade é pura miopia política ou incapacidade de projectar um futuro colectivo.

Aplausos do PS.

Celebrar 35 anos do 25 Abril é celebrar 35 anos de liberdade em Portugal, uma boa altura para olhar com alguma distância para o que se passa no nosso país.
Todos sabemos que se atravessa uma crise profunda e difícil, que existem problemas estruturais que não tendo sido resolvidos nestas três décadas e meia dificultam as repostas à crise.
A tarefa deste Governo não tem sido fácil: tendo começado por encetar o maior conjunto de reformas estruturais há muito reclamadas, as quais nunca tinha havido coragem para concretizar, nem mesmo quando existiam condições políticas para isso, foi surpreendido pela eclosão da maior crise internacional dos últimos 100 anos, de consequências ainda hoje imprevisíveis. E, neste contexto, as oposições nem sempre têm tido o sentido da responsabilidade de participar com propostas que possam ser exequíveis no quadro real da nossa situação económica e financeira.

Aplausos do PS.

Não terão ainda, também por isso, sido totalmente alcançados os efeitos práticos de um conjunto de medidas corajosas e bem-intencionadas, como foram, entre outras, as medidas relativas à reforma da administração pública, à saúde, à educação e à defesa da escola pública, e a grande reforma estrutural que defende hoje e garante amanhã a segurança social pública de todos os portugueses. Estas reformas não são meros paliativos pensados no curto prazo e tendo sempre presente o horizonte das eleições; são medidas que pela sua profundidade e visão do futuro são a garantia da sociedade que queremos construir: uma sociedade em que todos os cidadãos sejam cidadãos de corpo inteiro, indo assim ao encontro dos objectivos subjacentes aos ideais de Abril.
A solução dos problemas do País não passa pela maledicência, pela desistência, pela resignação, pela suspeição, pela tacanhez, pela demagogia, pela propaganda, por uma luta político-partidária que não coloque acima de tudo os interesses nacionais na óptica de cada um e no respeito por todos. A solução dos problemas do País exige, sim (e o Partido Socialista, por seu lado, quer estar à altura dessas exigências), coragem, determinação, visão não só do imediato mas também do médio e longo prazo, seriedade, confiança, competência, capacidade de fazer bem — capacidade de fazer muito mais do que falar, ou falar como forma de fazer ou ajudar a fazer.
Por tudo isto, ao falar de Abril, hoje e aqui, gostaria de me dirigir à Assembleia da República, a todos os Deputados de todas as bancadas, sem excepção, para vos dizer que é em vós, em todos e em cada um, que eu sinto que Abril está vivo, porque Abril é de todos aqueles que das mais diversas formas lutam pela democracia e pela liberdade. E é nesta Assembleia, mesmo no cruzar de uma enorme diversidade de posições ideológicas, que em muitas ocasiões sentimos os momentos de tensão que antecipam aquelas que são as nossas vitórias colectivas. Aqui sente-se, nas mais diversas situações e contradições, a luta por uma sociedade melhor.

Aplausos do PS.