15 | I Série - Número: 073 | 27 de Abril de 2009
Que viva Abril!
Aplausos do PCP, do BE e de Os Verdes.
O Sr. Presidente da Assembleia da República: — Em representação do Grupo Parlamentar do PSD, tem a palavra o Sr. Deputado Paulo Rangel.
O Sr. Paulo Rangel (PSD): — Sr. Presidente da República, Sr. Presidente da Assembleia da República, Sr. Primeiro-Ministro, Sr. Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Sr. Presidente do Tribunal Constitucional, demais Altos Dignitários do Estado, Ilustres Convidados, Celebrados Militares de Abril, Sr.as Deputadas e Srs. Deputados: O 25 de Abril é uma data fundadora, fundadora da liberdade. Neste dia, celebramos a coragem e a generosidade de uma geração que, arriscando a sua vida e a sua liberdade, resolve dar a outra geração o maior dos bens — o bem da liberdade.
Com efeito, qual o maior bem que uma geração pode dar a outra? A liberdade.
Foi esse o valor sublime que nos ofereceram, primeiro, os militares de Abril; depois, o povo que saiu à praça e coloriu a rua; mais tarde, todos aqueles — cidadãos, militares, políticos — que impediram que um totalitarismo cedesse o passo a outro totalitarismo;»
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Paulo Rangel (PSD): — » e, finalmente, os que, com visão e lucidez, nos ligaram à Europa, promovendo a integração na CEE, avançando para a União Europeia e introduzindo-nos no euro.
O grande legado do 25 de Abril é, pois, esse, e esse mesmo: a possibilidade de cada geração tomar em suas mãos o seu destino, deixando à seguinte e às futuras gerações o bem maior que as anteriores lhe facultaram: a liberdade.
Aplausos do PSD.
Não se cumprirá nunca o 25 de Abril, não haverá nunca liberdade, se uma geração, no gozo máximo dos seus pretensos direitos, inviabilizar a liberdade de decidir das gerações futuras, se privar «o mundo que há-de vir» da possibilidade de escolher o seu próprio caminho e de tomar em mãos as suas próprias opções.
A Sr.ª Regina Ramos Bastos (PSD): — Muito bem!
O Sr. Paulo Rangel (PSD): — Uma geração que sequestre e aprisione o futuro das gerações seguintes nega e renega a liberdade, não é digna, não está à altura da liberdade que as mulheres e os homens de Abril quiseram fundar.
Qual é, afinal, o bem maior que uma geração pode deixar a outra? A liberdade.
Aplausos do PSD.
Portugal vive num tempo — é absolutamente imperativo denunciá-lo — em que um Governo, um Governo em fim de mandato, cheio e ufano da «arrogância do presente», tudo tem feito para roubar a liberdade, a liberdade de escolha, às gerações seguintes.
Aplausos do PSD.
Pois bem, nenhum governo se pode arvorar no privilégio soberano de sequestrar as gerações futuras.
Na verdade, o programa de grandes obras públicas, megalómanas e faraónicas, que o Governo está a desencadear, imoralmente, nos últimos instantes da Legislatura põe, pura e simplesmente, em causa a liberdade de escolha e de decisão das gerações seguintes.