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39 | I Série - Número: 098 | 2 de Julho de 2009

O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Sobre a crise, teve uma fase eufórica, antes de aqui chegar. Depois, mais tarde, o Sr. Ministro veio corrigir e termina com uma frase verdadeiramente lamentável em relação àquela que seria a vontade que a oposição tinha de que a crise se mantivesse. Chegou ao ponto de dizer: «a situação é muito boa porque se conseguiu que se baixassem as taxas de juro».

O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — Não disse isso! Sr. Deputado, não disse isso! O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Ora, o Governo não tem qualquer influência em relação a essa matéria, Sr.
Ministro.

O Sr. Ministro de Estado e das Finanças: — Eu não disse isso!

O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Portanto, Sr. Ministro, deixe-me que lhe diga que a crise é outra e a sua desorientação é o indicador mais seguro da crise que vive o actual Governo.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!

O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — É que, Sr. Ministro, dizer que a crise é boa para a oposição é verdadeiramente lamentável. Pela parte do CDS, perante a crise, avançamos com propostas alternativas para o seu combate, ouvindo, aliás, VV. Ex.as dizerem que a crise tem uma origem meramente internacional. Ora, se o tem, não deveriam estar preocupados com ela. Estão preocupados porque sabem que os portugueses têm a perfeita noção que para ela contribuíram e têm a perfeita noção que não estão a conseguir resolvê-la.
Sr. Ministro, olhemos para os caminhos. Nós apontamos um, o do estímulo de natureza fiscal. VV. Ex.as não sei quais serão as nuvens por que se estão a reger! Agora,, todos os dias adiam ou, então, param uma grande obra pública, não acreditam na política fiscal para combater a crise. Afinal, qual é vossa política?!

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!

O Sr. Secretário de Estado Adjunto e do Orçamento (Emanuel Augusto Santos): — Qual é a vossa?

O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Esta é a grande questão que sobressai deste debate, e V. Ex.ª foi completamente incapaz de lhe responder.
Temos uma aposta muito clara, a aposta nas empresas, em especial nas micro, pequenas e médias empresas, que empregam muitos portugueses e que ajudam a crescer a nossa economia. Acreditamos nos estímulos fiscais.

O Sr. Secretário de Estado Adjunto e do Orçamento: — E as grandes?

O Sr. Diogo Feio (CDS-PP): — Continuamos sem compreender, perante a crise, qual a opção que tomam.
Por este debate, é a da desorientação e a dos «braços cruzados»!

Aplausos do CDS-PP.

O Sr. Presidente: — Não há mais oradores inscritos para intervenções, pelo que passamos à fase de encerramento.
Tem a palavra o Sr. Francisco Louçã.

O Sr. Francisco Louçã (BE): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, uma das utilidades desta interpelação foi mostrar as qualidades insuspeitas do Ministro das Finanças.