31 | I Série - Número: 099 | 3 de Julho de 2009
Mas há outro aspecto: é que o Partido Comunista, sempre que o Partido Socialista está no governo, dá expressão a uma permanência no pensamento comunista, a de que o adversário principal é o Partido Socialista, a de que «nós é que somos de esquerda, os outros não são de esquerda!» Sr. Deputado, desculpe, mas se há monotonia, ela tem a ver com o discurso do Partido Comunista.
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — É a política de direita!»
O Sr. Primeiro-Ministro: — De facto, a «cassete» de que o Partido Socialista, apenas por ter políticas diferentes das do Partido Comunista, é um partido com políticas de direita não traduz qualquer contribuição para uma novidade neste debate.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Que coisa mais estafada!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Depois, Sr. Deputado, há, de facto, uma grande diferença entre o PS e o Partido Comunista.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Fale lá dos lucros da banca!
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Deixe lá a teoria!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Os Srs. Deputados, se não se importam, ouvem com igual respeito com que ouvi o vosso líder, isso significa até pouco respeito pelo vosso líder. Ouvi o vosso líder com respeito. Se não se importam, não é de mais exigir igual respeito.
O Sr. António Filipe (PCP): — Responda mas é às perguntas!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Entre o Partido Socialista e o Partido Comunista há esta diferença: consideramos que ter contas seguras no Estado é muito importante para aqueles que pensam que o Estado tem um papel a desempenhar na economia e na sociedade e nunca compreendi por que é que, para a esquerda do Partido Comunista, essa contribuição para ter contas seguras do lado do Estado era negativa e não positiva!
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Tem a ver com a aplicação das receitas!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Não consigo compreender por que é que o Partido Comunista não vê, nas contas públicas em ordem por parte do Estado um contributo sério para que as políticas sociais se possam desenvolver e, desenvolvendo-se, lutem pela igualdade social no nosso país.
Penso que ninguém, com razoabilidade e com objectividade, é capaz de dizer que se, hoje, estamos a dar apoio aos desempregados, às empresas e às famílias, isso deve-se ao facto de termos tido a possibilidade de pôr as contas públicas em ordem.
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Foi «manteiga em nariz de cão»!
O Sr. Primeiro-Ministro: — O Sr. Deputado oiça-me com a mesma atenção com que o ouvi!...
Há, hoje, 65 000 micro e pequenas empresas, que abrangem 168 000 trabalhadores, que beneficiam da redução de 3 pontos percentuais na taxa social única. Isto significa apoiar as empresas e os trabalhadores.
Há, hoje, 6300 trabalhadores que estão abrangidos pelo Programa Qualificação-Emprego, isto é, há empresas ameaçadas pela crise mundial que reduziram muito a procura e que, portanto, iriam despedir estas pessoas se não houvesse este programa!!
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Então, como é que a Galp explica os lucros?!