32 | I Série - Número: 099 | 3 de Julho de 2009
O Sr. Primeiro-Ministro: — Há, hoje, 14 000 jovens a beneficiar de estágios profissionais — 14 000 jovens, Sr. Deputado! Isto significa um esforço do Estado para dar oportunidade a estes jovens.
Há 16 100 jovens que foram contratados sem termo porque o Estado definiu um apoio para essas contratações. Isto significa puxar pelo emprego, Sr. Deputado!
Protestos do PCP.
Há 2800 desempregados que foram contratados através dos apoios à contratação. Isto significa gastar dinheiro público, dinheiro do Estado, dinheiro de todos os contribuintes no apoio ao emprego.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Mais de metade dos desempregados não recebem qualquer subsídio!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Deputado, há 32 000 desempregados que estão agora activos, que beneficiam de empregos de transição e, como sabe, esta medida é importante porque melhora os rendimentos das pessoas e mantém as pessoas activas.
Isto deve-se a quê? Isto deve-se ao apoio do Estado. Penso que é inacreditável que o Sr. Deputado fale dessa matéria e nada disto refira, nada.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Fale dos lucros da Galp!
O Sr. Primeiro-Ministro: — E mais: que pretenda passar por cima do primeiro trimestre como se não houvesse uma crise mundial.
O Sr. Deputado não está convencido de que há uma crise mundial? Está certamente!...
A verdade é que quando o Sr. Deputado olha para as quebras na nossa produção industrial e nos diferentes sectores tem de compará-las com o mundo.
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Com a banca!»
O Sr. Primeiro-Ministro: — Isto foi assim em todo o mundo, em todos os países europeus, na Rússia, nos Estados Unidos, no Japão, mesmo na América Latina.
Sr. Deputado, a ideia de que temos uma economia que devia ser a única que estaria a crescer enquanto os outros estavam a afundar não resiste a um exercício honesto de balanço da actividade da Legislatura!
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — E a Galp?!»
O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Deputado, o esforço que o Estado está a fazer é muito sério e muito claro.
Primeiro: estabilizar o sistema financeiro para baixar as taxas de juro — foi o que fizemos! Depois, mais investimento público e mais apoio às famílias. É essa a receita que sempre aprendi que deve ser a responsabilidade do Estado no contributo que pode dar para uma recessão grave e forte como a que estamos a viver hoje.
Aplausos do PS.
O Sr. António Filipe (PCP): — Então e não respondeu?...
O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Paulo Portas.
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, gostava de lhe dizer que registámos a importância que, no seu discurso e na forma como o ordenou, deu a questões de Estado como o colapso a que está a chegar o sistema de justiça e a situação de insegurança e de criminalidade. Reparámos também, creio, na ausência total de qualquer palavra sobre a agricultura e as pescas.