31 | I Série - Número: 101 | 9 de Julho de 2009
Aplausos do Deputado do PCP Bernardino Soares.
Sr.ª Deputada, é muito má prática fazer uma comparação com a má política, com os maus resultados da governação do PSD, porque esse é um fraco termo de comparação. Mas se acham que podem comparar-se com a desastrada governação do PSD em matéria de educação, então, estamos conversados, porque tão maus são uns como são os outros!
Aplausos do PCP e de Os Verdes.
O Sr. Presidente (Nuno Teixeira de Melo): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Duarte.
O Sr. Pedro Duarte (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Deputado João Oliveira, com efeito, estes últimos quatro anos e meio de governação socialista, designadamente na área educativa, caracterizam-se, de forma muito linear e simples, por um clima de profundíssima instabilidade nas nossas escolas. Isso é evidente, julgo, aos olhos de todos os portugueses, hoje em dia, quando se faz um balanço, uma retrospectiva desta governação socialista na área educativa. Tal deveu-se essencialmente a uma sucessão consecutiva de erros — objectivamente de erros — deste Governo socialista.
Este clima de instabilidade não foi obra do acaso. Ora, esta instabilidade e esta sucessão de erros, evidentemente, só poderiam ter como consequência uma degradação da escola pública em Portugal.
Hoje, já podemos fazer o seguinte balanço, também ele objectivo: com este Governo socialista, a escola pública portuguesa degradou-se de forma acentuada, como nunca se tinha visto na nossa vida democrática.
Vozes do PSD: — É verdade!
O Sr. Pedro Duarte (PSD): — Mas se dentro desta degradação há muitas matérias que podem ser apontadas, eventualmente a mais sintomática é a que o Sr. Deputado hoje aqui trouxe, que tem a ver com a gestão dos recursos humanos na área educativa.
Com efeito, a total insensibilidade, a hostilidade, o clima de guerrilha, diria até, em muitas circunstâncias, a opressão que foi imposta aos nossos recursos humanos na área da educação, particularmente aos nossos professores, só poderiam ter como consequência, obviamente, essa mesma degradação.
Contudo, deixe-me acrescentar um ponto ao que já hoje foi aqui referido, que tem a ver com uma outra intervenção do Sr. Secretário de Estado Valter Lemos, proferida ainda ontem, a propósito dos resultados dos exames nacionais a matemática.
Há um ano atrás, a 4 de Julho de 2008, foram conhecidos os resultados dos exames nacionais a matemática. Na altura, foram apelidados como o milagre da matemática. Ora, nessa noite, a Ministra da Educação deu uma longa entrevista ao Telejornal, na RTP; fez questão de lá estar a explicar que essa subida nos resultados se devia essencialmente ao trabalho que tinha sido desenvolvido pelo Governo.
O Sr. Presidente (Nuno Teixeira de Melo): — Sr. Deputado, tem que terminar.
O Sr. Pedro Duarte (PSD): — Termino já, Sr. Presidente.
A verdade é que este ano os resultados tiveram um percurso exactamente oposto, decresceram. Ora, aí a Ministra já desapareceu, foi o Sr. Secretário de Estado que apareceu a dizer qualquer coisa, afirmando esta coisa notável: que a culpa era da oposição, da comunicação social, da Sociedade Portuguesa de Matemática, portanto, era de todos menos do Governo.
Pergunto-lhe, Sr. Deputado, se não lhe parece que estas características de fuga à responsabilidade, de desorientação e de desnorte da equipa governativa — que podem acrescer à tal desmistificação de aqui falou, e bem, no que diz respeito ao concurso dos professores — é toda uma atitude que muito caracteriza o Governo socialista, nomeadamente na área da educação.