42 | I Série - Número: 004 | 23 de Setembro de 2010
A Sr.ª Cecília Honório (BE): — Eram medidas urgentes! A crise já acabou, Sr.ª Ministra?! Decretou a crise e, agora, põe os mais pobres e os mais desfavorecidos nas filas, a prestarem contas pelos erros da vossa política. Estão a pôr as pessoas nas filas, a prestarem contas pelos erros das vossas políticas, pelas escolhas que o Governo do Partido Socialista fez! As escolhas do Governo do Partido Socialista foram estas: «apagão» nos compromissos eleitorais; protecção das grandes fortunas deste País e grandes desigualdades sociais. Estas foram as escolhas do Governo do Partido Socialista! Vamos aguardar pelo desenvolvimento do romance, porque o romance mantém-se e continuará no próximo Orçamento do Estado. É necessário não esquecer, Sr.ª Ministra, que, por exemplo, há todas as possibilidades de, entre PS e PSD, o romance se desenvolver no sentido da continuidade do corte nos salários, nomeadamente da função pública, e no subsídio de Natal. Será que o romance não se vai desenvolver nesta perspectiva? Todas as opções tomadas até aqui, pelo bloco central, anunciam que esta é a perspectiva, esta é a escolha que o Governo do Partido Socialista vai fazer.
Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as Deputadas e Srs. Deputados: Esta gente humilhada,»
O Sr. Sérgio Sousa Pinto (PS): — Demagogia!
A Sr.ª Cecília Honório (BE): — » esta gente sem perspectivas, esta gente que o Governo abandonou — desempregados de longa duração, gente jovem à procura do primeiro emprego, precários do Estado — , e a quem devia dar condições e dignidade, perante a precariedade que o próprio Estado cria, tem todas as razões para a indignidade, para o protesto social e para a luta.
A Sr.ª Ana Catarina Mendonça (PS): — Indignidade, não! Indignação!
A Sr.ª Cecília Honório (BE): — Muito obrigada, Sr.ª Deputada.
Essa gente tem todas as razões para a indignação e para a luta.
Por isso, o dia 29 será, com certeza, o dia da razão desta gente, deste povo humilhado e abandonado pelas políticas deste Governo e do bloco central.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente: — Para a intervenção de encerramento, em nome do Governo, tem a palavra a Sr.ª Ministra do Trabalho e da Solidariedade Social.
A Sr.ª Ministra do Trabalho e da Solidariedade Social: — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: A tarefa do combate à crise não é, nem pode ser, só uma tarefa do Governo; ela deve interpelar os agentes económicos e sociais que têm responsabilidades e também — pensávamos nós — os partidos políticos, nomeadamente aqueles que têm assento na Assembleia da República. Porém, quando confundimos rigor com humilhação, percebemos qual é a capacidade de assumir a partilha das responsabilidades na resposta à crise.
Aquilo que acabámos de ver neste Parlamento, neste momento, não foi mais do que um puro espectáculo de demagogia, um espectáculo de demagogia à esquerda. Nada mais do que isso!
Aplausos do PS.
Não há uma proposta, não há nada de consequente! Agora, o rigor não é humilhação, o rigor é a defesa do Estado social. O rigor é a capacidade que nós temos para escolher as soluções que queremos colocar no terreno e não as que nos são impostas.
Aplausos do PS.
Protestos do BE.