9 | I Série - Número: 015 | 16 de Outubro de 2010
que derivam do mau comportamento dos mercados, que depois se reflecte nos países e que agora, ao reflectir-se nos países,»
Protestos do Deputado do PCP João Oliveira.
» os Estados que contribuíram para resolver a crise económica são aqueles que estão na primeira linha das críticas, justamente por terem impedido que o sistema financeiro internacional falisse.
Protestos do Deputado do PCP João Oliveira.
É por isso, Sr. Deputado, que a minha visão do interesse nacional é esta: temos que agir, e rapidamente, para que, no próximo ano, possamos tirar Portugal do conjunto de países mais seriamente afectados no que respeita a dúvida e à incerteza sobre o cumprimento dos seus deveres financeiros. Esse objectivo é absolutamente essencial.
O Sr. Presidente: — Queira concluir, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Vou já concluir, Sr. Presidente.
O Sr. Deputado sabe, eu já o disse aqui no último debate, que as medidas que acabámos de tomar só se tomam quando se tem a consciência absoluta de que não há alternativa. É essa a convicção que tenho.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — É uma convicção errada!
O Sr. Primeiro-Ministro — São medidas que só se tomam em último recurso e mesmo nessa altura com uma dor de alma e com o sentimento de que isto vai obrigar o País a esforços adicionais. Mas não tenho a mínima dúvida de que o País tem que fazer este esforço e de que este é o esforço necessário para responder a uma situação que vai beneficiar todos os portugueses e o interesse geral.
O Sr. Miguel Tiago (PCP): — Interesse geral?!
O Sr. Primeiro-Ministro — No fundo, a questão é a do interesse geral.
Este, Sr. Deputado, é o Orçamento de que o País precisa para responder a esta situação e para defender o interesse de todos nós.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Jerónimo de Sousa.
O Sr. Jerónimo de Sousa (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, não sabemos se é este o Orçamento de que Portugal precisa, porque ainda não o conhecemos.
Risos do PCP.
Portanto, não estejamos a antecipar uma discussão que ainda não está a ser feita e um conhecimento que ainda não temos.
Em relação às respostas que deu, tenho a dizer-lhe que o Sr. Primeiro-Ministro tem um dilema para resolver e fez uma opção: entre a confiança do capital financeiro, dos famosos mercados, e a confiança dos portugueses — a serenidade e a segurança que os portugueses deveriam sentir em relação aos seus salários, ao seu emprego, aos seus direitos — , o Sr. Primeiro-Ministro optou por não se importar com essa segurança, antes prefere acalmar os mercados.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exactamente!