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77 | I Série - Número: 038 | 14 de Janeiro de 2011

» vem, com toda a certeza, provocar uma forte perda de competitividade da região do Algarve, com graves consequências para a economia regional e para a actividade turística. Todos reconhecemos que a Via do Infante se assume como eixo rodoviário fundamental, que vai muito para além da região do Algarve.
Por outro lado, em relação à segunda premissa, todos sabemos que a estrada nacional n.º 125 não é de todo uma alternativa credível, muito menos quando a sua requalificação continua a ser uma miragem, apesar das promessas.
Infelizmente, a estrada nacional n.º 125 continua a fazer parte do «pelotão da frente», em termos europeus, no que diz respeito à perigosidade, e só esse facto mostra bem que não estamos a falar de alternativas credíveis à Via do Infante. Já para não falar do facto de esta estrada atravessar inúmeras localidades muito povoadas e de mesmo assim conhecer um tráfego muito intenso, sobretudo no Verão — podemos imaginar, então, como ficará se a introdução de portagens na A22 for, de facto, para a frente.
Esta pretensão do Governo de introduzir portagens na Via do Infante vem não só fragilizar o direito à mobilidade dos cidadãos como trazer consequências graves para a oferta turística, que assume um papel decisivo para a produção regional. Portanto, aqui também seria oportuno — até porque o Sr. Deputado Miguel Freitas disse que o Partido Socialista não tinha duas posições — lembrar ao Partido Socialista o seu próprio compromisso, assumido durante a campanha eleitoral nas últimas eleições legislativas, de investir na estrada nacional n.º 125, no valor a rondar os 400 milhões de euros e, principalmente, sem portagens na Via do Infante.

O Sr. Artur Rêgo (CDS-PP): — Ah!»

O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — O Sr. Deputado Miguel Freitas, do Partido Socialista, pode não ter duas posições, uma nacional e outra regional, mas tem duas posições que se distanciam no tempo: tem uma posição em campanha eleitoral e tem outra posição quando acaba a campanha eleitoral.

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Muito bem!

O Sr. José Luís Ferreira (Os Verdes): — Os Verdes vão votar a favor do projecto de resolução do Bloco de Esquerda, no sentido de recomendar ao Governo que suspenda a introdução de um regime efectivo de cobrança de taxas de portagens na auto-estrada designada por SCUT Algarve, prevista até 15 de Abril de 2011.

Aplausos do PCP.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra a Sr.ª Deputada Cecília Honório.

A Sr.ª Cecília Honório (BE): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: PSD e PS «faltaram à chamada» num debate que é imprescindível e determinante para o futuro da região.
Sr. Deputado Jorge Costa, insustentável são os milhares de desempregados desta região — 12,8% de desempregados nesta região! Insustentável são as consequências dramáticas que as portagens na Via do Infante trarão para a economia regional e para um dos seus vectores de desenvolvimento, que é determinante para a economia nacional, que é o turismo, isto quando a região vê o seu acesso à mobilidade profundamente contornado e muito longe das expectativas que deveriam ser legítimas numa região com aquelas características, porque a própria remodelação da linha férrea foi adiada para as calendas pelo Governo do Partido Socialista.

A Sr.ª Helena Pinto (BE): — Exactamente!

A Sr.ª Cecília Honório (BE): — Estamos a falar, nem mais nem menos do que duma crise profunda, do que duma taxa de desemprego elevadíssima, da economia de uma região, do turismo, que é um dado fundamental e determinante para a economia de todo o País, e de um direito à mobilidade que as populações do Algarve não têm por estas razões.