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13 | I Série - Número: 062 | 11 de Março de 2011

O Sr. Presidente: — Sr.as e Srs. Deputados, passamos agora à primeira ronda de perguntas e respostas, tendo cada uma delas, quer para o partido autor da moção de censura quer para o Governo, a duração de 5 minutos.
Inscreveu-se, para fazer uma pergunta ao partido autor da moção de censura, o Sr. Deputado Sérgio Sousa Pinto.
Tem a palavra.

O Sr. Sérgio Sousa Pinto (PS): — Sr. Presidente, lamentavelmente, não ficámos esclarecidos.
Srs. Deputados do Bloco de Esquerda, para quê derrubar este Governo? Os Srs. Deputados têm no bolso uma solução melhor para o País? Não tivemos oportunidade de ficar a conhecê-la.
Porque é que os Srs. Deputados vêm hoje apresentar ao País uma moção de censura? Porque essa é a consequência natural, é a decorrência da vossa cultura da irresponsabilidade e da vossa tradição da inconsequência.
Como explicam uma moção de censura, cuja possibilidade de aprovação afligiu o próprio Bloco de Esquerda, que se apressou a dizer à direita: «Não se atrevam, não se atrevam a votar a nossa moção de censura!»? Que moção de censura é esta, Srs. Deputados? Vou explicar: é uma moção de censura que se insere na tradição das propostas políticas do Bloco de Esquerda, que são propostas inconsequentes e que, se pudessem ter consequência, assustariam o próprio Bloco de Esquerda.

Aplausos do PS.

Alarido e histrionismo! Mas, numa rara vénia à realidade, o Bloco descobriu a necessidade de uma resposta coordenada e supranacional à maior crise económica e financeira dos últimos 100 anos. É verdade que nem todos podem gabar-se da vossa perspicácia! Mas o Bloco detectou a crise e a urgência de uma resposta europeia.
Simplesmente, quando o Primeiro-Ministro procura negociar e construir pontes com os nossos parceiros, quando o Primeiro-Ministro se esforça para que a Alemanha faça parte da solução e não do problema — é que, Sr. Deputado, vou dar-lhe uma novidade: sem o concurso da Alemanha, não existem soluções! —, o que diz o Bloco de Esquerda? Chama «pedinte» ao Primeiro-Ministro de Portugal.

Aplausos do PS.

Estamos, então, esclarecidos sobre a essência do bloquismo: denunciar, proclamar, agitar, esbracejar.
Os problemas nacionais, sejam eles complexos ou relativamente simples, antigos ou recentes, têm para o Bloco a mesma explicação: resultam de uma conspiração dos interesses.
Na mundividência do Bloco, a política resume-se a identificar a trincheira do bem, da verdade e da virtude e a aí permanecer, como numa galeria de ópera, arremessando paus e pedras a quem passa, num esbracejar apopléctico, num histrionismo indignado de quem sabe que não vai por aí, mas que também não faz ideia por onde iria se o problema verdadeiramente se pusesse.

Aplausos do PS.

Vamos ao texto da moção de censura, cuja exegese deu direito a tanta coisa, a tantas notícias, no nosso País. Então, que diz o Bloco? O Bloco exige, exige e exige! E o que exige o Bloco? Exige um novo caminho! Exige uma viragem! Exige a solução do défice fiscal! E exige a solução do investimento criador de emprego! E, mais, exige a solução da recuperação da agricultura! Eis um programa rico de ideias! Eis uma alternativa fecunda para Portugal!

Risos do PS.