18 | I Série - Número: 062 | 11 de Março de 2011
risco para a manter pública, enquanto a direita defende a sua privatização; no Serviço Nacional de Saúde, ao melhorá-lo, reformá-lo. O Sr. Deputado continua agarrado à ideia de que qualquer reforma deve ser travada e parada.
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. Primeiro-Ministro: — O Sr. Deputado esteve sempre contra tudo o que fizemos para melhorar o sistema público da educação. Esteve sempre contra tudo o que fizemos para melhorar o Serviço Nacional de Saúde.
Aplausos do PS.
O Sr. Deputado está culturalmente agarrado à táctica.
O Sr. Presidente: — Pode concluir, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Está culturalmente agarrado à ideia de agradar, de tudo aproveitar para ganhar mais votos e mais popularidade. Pois saiba, Sr. Deputado, neste momento, o País bem precisa de políticos que não se preocupem com a táctica, com o seu interesse ocasional, mas que façam aquilo que devem fazer, isto é, prosseguir um caminho de determinação, que exige esforço. Sim, exige esforço, certamente, mas Portugal e os portugueses são capazes de fazer esse esforço»
O Sr. Presidente: — Peço-lhe que conclua, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — » e este ç o momento para o afirmar.
O que a sua moção representa é uma ofensa ao interesse nacional e ao esforço dos portugueses.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Miguel Macedo.
O Sr. Miguel Macedo (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, começo por ir directo à questão da moção de censura do Bloco de Esquerda.
Em grande medida, o debate que aqui estamos a ter é surrealista. Em rigor, esta moção do Bloco de Esquerda tem pouco de censura. É mais uma moção que de censura só tem o nome; fica a retórica, como acabamos de ver.
Na prática, o Bloco de Esquerda matou às sua próprias mãos a moção de censura que apresentou há um mês, porque cuidou, logo de seguida, de deixar claro para todos que esta não era uma moção de censura a sério, porque era uma moção de censura em que se afirmava a vontade de ela não ser aprovada.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Miguel Macedo (PSD): — Uma moção de censura a sério não é nada disto que o Bloco de Esquerda acaba de fazer! Esta moção de censura, além do mais, não é para ser levada a sério por uma outra razão: porque ela constituiu apenas um motivo mais, uma razão mais, um pretexto mais para o Governo se vitimizar.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Miguel Macedo (PSD): — Por isso, Sr. Presidente, Srs. deputados, esta moção de censura é, em grande medida, um episódio único na nossa democracia.