15 | I Série - Número: 062 | 11 de Março de 2011
O Sr. Francisco Louçã (BE): — Sr. Presidente, o meu respeito pelo debate parlamentar sobre os destinos do País e sobre as alternativas,»
Vozes do PS: — Oh!
O Sr. Francisco Louçã (BE): — » e o meu respeito por essa bancada, Sr. Deputado Sçrgio Sousa Pinto, leva-me a ser muito moderado nas respostas que lhe vou dar.
Vozes do PS: — Ah!
O Sr. Francisco Louçã (BE): — E já que tem uma claque bem activa atrás de si, vou ler-lhe um texto de Mário Soares, que recomenda ao Partido Socialista o seguinte: «Mais idealismo socialista e menos apparatchik, mais debate político e menos marketing, mais culto pelos valores éticos e menos boys que só pensam em ganhar dinheiro».
Tenho dito.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente: — Passamos às perguntas ao Sr. Primeiro-Ministro.
Tem a palavra o Sr. Deputado Francisco Louçã.
O Sr. Francisco Louçã (BE): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, agora que ç a sçrio,»
Vozes do BE: — Muito bem!
Vozes do PS: — Oh!
O Sr. Francisco Louçã (BE): — » quero dizer-lhe o seguinte: o Sr. Primeiro-Ministro falou-nos da prova da realidade dos factos, e acompanho-o, porque é a prova da realidade dos factos que deve testar as políticas e separar o que leva Portugal no sentido de uma resposta às suas dificuldades, ou cria novas dificuldades.
Disse o Sr. Primeiro-Ministro que esta moção de censura sugere uma aliança com a direita, contra natura, como não poderia deixar de ser. Até acrescentou que ela poderia fazer um jeito à direita.
Sr. Primeiro-Ministro, acho que não sabe em que País se encontra. É que a direita, toda jeitosa, já se ajeitou, há muito tempo, com o Governo, no Orçamento do Estado.
O Sr. José Manuel Pureza (BE): — Exactamente!
O Sr. Francisco Louçã (BE): — E esse é o problema que estamos a viver.
A aliança contra natura é dizer aos portugueses, depois de 10 anos de recuo e de estagnação, que a solução para a economia é cortar nos salários, congelar as pensões e, portanto, retirar valor às reformas de quem trabalhou uma vida inteira, promover o trabalho precário, degradar a economia, retirar capacidade à economia de gerar os recursos que lhe permitam enfrentar a chantagem externa.
Sr. Primeiro-Ministro, «quanto pior, melhor» é o acordo que o Governo fez com o PSD para provocar uma recessão este ano. E, para falar das pessoas, essa é a questão.
Aplausos do BE.
Por isso, percebo o seu contentamento e até a razão pela qual faz uma intervenção ideológica, virada para a facção que o apoia no Parlamento, sem qualquer conteúdo, em que não diz a palavra «desemprego». O Sr.
Primeiro-Ministro fala ao País no primeiro dia em que se testa um novo ciclo político, mas para si a palavra «desemprego» não existe. Pois, Sr. Primeiro-Ministro, este ano, diz-nos o Banco de Portugal — e é certo,