22 | I Série - Número: 062 | 11 de Março de 2011
Começa a vozearia com o objectivo de não me deixarem falar! Têm de ouvir, Srs. Deputados! Desculparme-ão, mas têm de me ouvir.
O Sr. Presidente: — Queira concluir, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Então, os Srs. Deputados aprovam o Orçamento onde está claramente escrito que a alteração curricular é fundamental para o Orçamento e, depois, vêm eliminar o decreto-lei em que o Estado faz aquilo que já devia ter sido feito, que é reduzir o número de professores de Educação Visual e Tecnológica, sendo Portugal o único País desenvolvido onde há dois professores para essa disciplina?!
O Sr. Luís Menezes (PSD): — Tenha vergonha!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Então, um País na nossa situação, em vez de concentrar os recursos no Português, na Matemática, nas disciplinas essenciais, mantém essa originalidade de ter não um mas dois professores para Educação Visual e Tecnológica?!
Protestos da Deputada de Os Verdes Heloísa Apolónia.
Os Srs. Deputados consideram que há sempre uma boa razão para votar contra qualquer redução da despesa! Naquilo que diz respeito aos colégios privados, os Srs. Deputados consideram que se deve reduzir despesa, sim, mas há sempre uma boa razão para não o fazer.
O Sr. Presidente: — Queira concluir, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Se se tratar, então, do interesse dos colégios privados, acham que não se deve fazer; se os sindicatos não aceitarem alterações no currículo, os Srs. Deputados acham que elas não devem ser feitas.
Srs. Deputados, essa postura cede sempre a qualquer interesse»
O Sr. Miguel Macedo (PSD): — Isso é demagogia!
O Sr. Primeiro-Ministro: — » e não está á altura do momento presente.
O Sr. Luís Menezes (PSD): — Quem não está à altura são os senhores!
O Sr. Primeiro-Ministro: — Portugal tem de fazer as mudanças e as reformas indispensáveis para que o nosso serviço nacional de educação seja moderno, para que não tenha esbanjamento, para que concentre os recursos em nome do futuro, em nome das tarefas que o País tem pela frente no sentido de fazer a sua redução orçamental e de ser mais moderno e mais justo.
Aplausos do PS.
O Sr. Luís Menezes (PSD): — Fale do desemprego, se tiver coragem!
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Paulo Portas.
O Sr. Paulo Portas (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, o Bloco de Esquerda, 24 horas depois de apresentar a moção de censura, explicou que a moção de censura não era para o Primeiro-Ministro cair, não era para o Governo ser substituído, não devia ser votada pela direita e, em resumo, não era uma moção de censura para passar, o que significa que era uma moção de censura para fazer de conta.