I SÉRIE — NÚMERO 14
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Uma das grandes promessas do CDS na campanha eleitoral era a da criação de um visto-família. Tenho
dúvidas sobre o que diz esse visto-família quanto às três propostas que apresentam
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Já leu?
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Quanto à facilitação de despedimentos, o visto-família diz que é a
favor?
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Está no documento!
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Relativamente aos aumentos de gás e de electricidade, não me diga
que o seu visto-família também diz que é a favor!
Quanto ao imposto extraordinário, que não taxa dividendos, acções ou juros de capital, se calhar, o seu
visto-família também é a favor…
Os nossos vistos-família são muito diferentes, mas o seu está completamente esclarecido.
Aplausos do BE.
A Sr.ª Presidente: — Para uma declaração política, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Lynce.
O Sr. Pedro Lynce (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: No momento actual, de
restabelecimento económico e financeiro de Portugal, cabe um grande desafio aos portugueses: olhar para o
seu território como uma imensa fonte de riqueza que precisa de ser valorizado.
Foi esta perspectiva que levou o actual Governo a consagrar, no seu Programa, o aproveitamento dos
recursos naturais como estratégicos para o desenvolvimento sustentável do País: voltar a apostar no mundo
rural, em particular na agricultura, como factor estratégico enquanto activo económico capaz de devolver ao
País a riqueza que nos pertence por herança histórica, sobre a qual temos a responsabilidade de promover a
sua efectiva utilidade ao serviço de Portugal e dos portugueses.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Pedro Lynce (PSD): — A sustentabilidade económica que o Partido Social Democrata defende para
o País inserido na União Europeia passa por uma mudança do modelo de desenvolvimento, que terá de
assentar em políticas que fomentem o crescimento pelo lado da oferta, designadamente através da produção
de bens transaccionáveis, em alternativa ao modelo baseado no consumo privado e público e no investimento
público, opções que, erradamente, os últimos governos socialistas tomaram.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
A consequência desta opção foi a progressiva destruição do tecido produtivo nacional e um
desinvestimento nos sectores que hoje são considerados estratégicos.
Porém, ainda que tenha havido um decréscimo acentuado do investimento nacional destinado ao sector
agrícola — uma quebra superior a 100 milhões de euros nos últimos 10 anos, a juntar a outras adversidades
—, registamos, com agrado, o esforço dos agricultores responsáveis por um aumento do valor de produção
agrícola em seis pontos percentuais no mesmo período.
Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: O País atravessa uma das crises económicas e financeiras mais
graves da sua história, o que, aliás, é reconhecido por todos.
O Sr. João Oliveira (PCP): — A falência nacional!
O Sr. Pedro Lynce (PSD): — Esta situação exige o cumprimento de um programa de assistência financeira
a Portugal, assumido entre o Estado português, o FMI, o Banco Central Europeu e a União Europeia.