I SÉRIE — NÚMERO 69
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Estes são pequenos grandes exemplos de como se deve reformar a justiça em Portugal, e é isso que está
a ser feito!
Aplausos do PSD.
Mas, do conjunto de medidas já tomadas e anunciadas, importa aqui destacar a reforma do Código da
Insolvência e da Recuperação de Empresas. Até aqui, tivemos o «código das insolvências e até da
recuperação de empresas», agora vamos ter o «código da recuperação de empresas e, em última
circunstância, das insolvências»,…
O Sr. Luís Menezes (PSD): — Muito bem!
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — … isto porque definitivamente se colocou a recuperação das
empresas no topo das prioridades. E há uma razão para que assim seja: só pugnando pela sustentabilidade
das empresas se cria condições para a manutenção do emprego; só pugnando pela viabilidade do nosso
tecido empresarial se salvam postos de trabalho, se aposta na produção e se criam condições de crescimento.
A verdade é que basta olhar para os números para se perceber a falência — essa, sim! — do modelo
anterior. No anterior quadro legal, estima-se que apenas 1% das empresas apresentadas à insolvência
tenham sobrevivido e se tenham reestruturado.
A reforma do Código das Insolvências e da Recuperação de Empresas, que inimaginavelmente não colheu
os votos favoráveis de todos os Deputados do Partido Socialista, na generalidade, serve, aliás, de base ao
programa hoje apresentado pelo Governo com o nome sugestivo de Programa Revitalizar — revitalizar o
tecido empresarial, dar oportunidade para as empresas se reestruturarem, criar condições de manutenção do
emprego e de criação da riqueza.
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Está-se mesmo a ver!
O Sr. Hugo Lopes Soares (PSD): — O anúncio deste Programa marca um novo paradigma no olhar para
o tecido empresarial português.
Trata-se de um programa interministerial, com a participação dos assuntos fiscais, da economia, da
segurança social e da justiça. A isto se chama um Governo com estratégia: pôr Portugal a crescer!
Aplausos do PSD.
A verdade é que o novo Processo Especial de Revitalização de empresas torna mais ágil e mais eficaz a
recuperação das empresas, a proteção dos credores e acaba com o que até hoje existia, a insolvência como
única via.
Na verdade, o que as nossas empresas precisam é de menos burocracia, de mais celeridade e de mais
oportunidades. É também por isso que importa destacar a aposta no Sistema de Recuperação de Empresas
por via extrajudicial. Este sistema deve possibilitar a negociação rápida e direta entre devedores e credores,
reforçando-se, por essa via, os mecanismos de negociação.
Sr.ª Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: A justiça tem um papel fulcral na ligação da pessoa à comunidade.
A justiça é, aliás, o alfa e o ómega da construção de um Estado de direito democrático. É da realização da
justiça que se faz o bem-estar e a paz social.
Mas a justiça não pode desviar Portugal do crescimento e do emprego. Numa palavra, a justiça também
tem de estar ao serviço da economia.
Vozes do PSD: — Muito bem!