O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

I SÉRIE — NÚMERO 79

32

a sua intervenção. Importa apenas extinguir freguesias, «a bem ou a mal», como assumiu o Sr. Ministro Miguel

Relvas.

Mas o Sr. Ministro sabe que não apaga a esmagadora votação dos autarcas no congresso da ANAFRE, a

rejeitar o documento verde, as centenas de tomadas de posição e moções contra a extinção de freguesias,

aprovadas pelos órgãos autárquicos, nem as ações de luta já dinamizadas pelas populações.

O Governo prepara-se para impor uma reforma administrativa ou, de uma forma mais rigorosa, a extinção

de freguesias, contra a vontade das populações, numa atitude de autoritarismo.

A extinção de freguesias é uma peça de uma vasta proposta de desmantelamento do poder local

democrático, num autêntico ajuste de contas com as conquistas da Revolução de Abril.

A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Ora bem!

A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Atacam a autonomia administrativa e financeira, a justa repartição dos

recursos públicos entre a administração central e local, degradam os serviços públicos para os entregar aos

grandes grupos económicos, destroem o emprego público e põem fim à pluralidade, representatividade e

colegialidade dos executivos municipais.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Exatamente!

A Sr.ª Paula Santos (PCP): — A eventual concretização destas propostas significará um profundo

retrocesso.

A questão que se coloca, e à qual o Governo e os partidos que o suportam, ainda hoje, na Assembleia da

República, não deram resposta, é a de saber, afinal, o que ganham as populações e o País com a extinção de

freguesias. A resposta é fácil: não ganham nada, perdem muito!

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!

A Sr.ª Paula Santos (PCP): — O Governo utiliza falsos argumentos para justificar a extinção de freguesias.

Senão, vejamos: evoca a proximidade, quando, na realidade, vai afastar as autarquias das populações; afirma

ganhos de eficiência e de escala, quando reduz a capacidade de resolução dos problemas das populações; e

afirma o reforço da coesão, quando acentua as assimetrias, onde os territórios mais ricos e mais populosos se

tornarão mais atrativos, em detrimento dos territórios mais pobres, dando mais um passo para a desertificação

e o abandono de muitas localidades.

Até um dos argumentos muito utilizado, relativo aos meios e às competências, o Governo não o concretiza,

remetendo para futura legislação.

A proposta de lei limita-se a indicar critérios de régua e esquadro para extinguir freguesias. E, como se não

bastasse, desvaloriza a posição das assembleias de freguesia, dizendo que, simplesmente, podem apresentar

pareceres, mas que só serão considerados se forem ao encontro dos critérios estabelecidos pelo Governo.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Uma vergonha!

A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Tal como fazem com a posição das assembleias municipais, que,

designada por «pronúncia», só tem validade se for ao encontro dos critérios propostos, caso contrário será

ignorada, como se não tivessem tomado posição. É neste momento que intervém a dita «unidade técnica»,

sem legitimidade democrática, para dizer quais as «pronúncias» que estão ou não de acordo com os critérios

pré-estabelecidos pelo Governo e, caso não estejam, é essa «unidade» que elabora a proposta.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Exatamente!

A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Querem transformar as assembleias municipais nas coveiras das

freguesias, mas, no caso das que não aceitarem este papel, será a unidade técnica, em desrespeito pela

autonomia do poder local democrático, a determinar qual será a reorganização administrativa.

Páginas Relacionadas
Página 0008:
I SÉRIE — NÚMERO 79 8 Vamos, então, dar início ao segundo ponto da or
Pág.Página 8
Página 0009:
2 DE MARÇO DE 2012 9 líderes das suas comunidades e que se envolvam neste compromis
Pág.Página 9
Página 0010:
I SÉRIE — NÚMERO 79 10 O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!
Pág.Página 10
Página 0011:
2 DE MARÇO DE 2012 11 A Sr.ª Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a
Pág.Página 11
Página 0012:
I SÉRIE — NÚMERO 79 12 O Sr. Luís Fazenda (BE): — Sr.ª Presidente, Sr
Pág.Página 12
Página 0013:
2 DE MARÇO DE 2012 13 O Sr. Luís Fazenda (BE): — … e não é por se manterem o
Pág.Página 13
Página 0014:
I SÉRIE — NÚMERO 79 14 O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Em suma, Sr. M
Pág.Página 14
Página 0015:
2 DE MARÇO DE 2012 15 Por um lado, diz-se que o Memorando — o tal que, aparentement
Pág.Página 15
Página 0016:
I SÉRIE — NÚMERO 79 16 O Sr. Luís Montenegro (PSD): — E, Sr. Ministro
Pág.Página 16
Página 0017:
2 DE MARÇO DE 2012 17 Vozes do PSD: — Muito bem! O Sr. Ministr
Pág.Página 17
Página 0018:
I SÉRIE — NÚMERO 79 18 reorganização administrativa do País, não temo
Pág.Página 18
Página 0019:
2 DE MARÇO DE 2012 19 quatro nomes.» Verdadeiramente, estão a parodiar a identidade
Pág.Página 19
Página 0020:
I SÉRIE — NÚMERO 79 20 Aplausos do BE. A Sr.ª Presidente
Pág.Página 20
Página 0021:
2 DE MARÇO DE 2012 21 Trata-se de uma pretensa reforma que o Governo quer fa
Pág.Página 21
Página 0022:
I SÉRIE — NÚMERO 79 22 um novo quadro de ordenamento para o territóri
Pág.Página 22
Página 0023:
2 DE MARÇO DE 2012 23 objetivos finais. Ou seja, em tempos difíceis, é importante q
Pág.Página 23
Página 0024:
I SÉRIE — NÚMERO 79 24 O Sr. Bruno Vitorino (PSD): — O PS dá o dito p
Pág.Página 24
Página 0025:
2 DE MARÇO DE 2012 25 O Sr. Mota Andrade (PS): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado, dei
Pág.Página 25
Página 0026:
I SÉRIE — NÚMERO 79 26 Esta lei tem princípios muito claros e muitos
Pág.Página 26
Página 0027:
2 DE MARÇO DE 2012 27 O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr. Minis
Pág.Página 27
Página 0028:
I SÉRIE — NÚMERO 79 28 Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Pág.Página 28
Página 0029:
2 DE MARÇO DE 2012 29 O Sr. José Junqueiro (PS): — Sr.ª Presidente, peço a p
Pág.Página 29
Página 0030:
I SÉRIE — NÚMERO 79 30 A Sr.ª Presidente: — Para dar explicaçõ
Pág.Página 30
Página 0031:
2 DE MARÇO DE 2012 31 Deixe-me dizer-lhe o seguinte: não concordo com muitas das co
Pág.Página 31
Página 0033:
2 DE MARÇO DE 2012 33 A metodologia que o Governo propõe deixa claro que só contam
Pág.Página 33
Página 0034:
I SÉRIE — NÚMERO 79 34 papel de intervenção das autarquias locais é e
Pág.Página 34
Página 0035:
2 DE MARÇO DE 2012 35 querem a fusão, deverão fazê-lo, mas com referendos, porque d
Pág.Página 35
Página 0036:
I SÉRIE — NÚMERO 79 36 O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Não?!
Pág.Página 36
Página 0037:
2 DE MARÇO DE 2012 37 Vozes do PSD: — Muito bem! O Sr. Luís Montenegr
Pág.Página 37
Página 0038:
I SÉRIE — NÚMERO 79 38 A Sr.ª Presidente: — Terminou o tempo d
Pág.Página 38