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I SÉRIE — NÚMERO 84

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O Sr. Luís Fazenda (BE): — Mas, para isso, têm-nos faltado parceiros. Esperemos que apareçam, hoje,

neste debate.

Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Delgado Alves.

O Sr. Pedro Delgado Alves (PS): — Sr.ª Presidente, começo também por saudar a escolha do tema desta

declaração política. A temática não é central por, no ano passado, termos tido a infelicidade de nos

depararmos com um acidente nuclear, mas por ser mais um capítulo numa história que, infelizmente, não é

marcada pela devida atenção e pela devida consciencialização do problema.

Sr. Deputado Luís Fazenda, devo dizer-lhe que há alguma desatenção da sua parte quanto à recusa da

opção pelo nuclear, a nível desta Câmara, pois o Partido Socialista tem dito muito claramente, na definição de

uma política energética, que não pretende o caminho…

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Nesta Legislatura!

O Sr. Pedro Delgado Alves (PS): — Não é só nesta Legislatura! Nesta e nas anteriores legislaturas, com

toda a clareza — e apesar de podermos não ter um entendimento unânime quanto ao caminho alternativo —,

recusámos a opção do nuclear. E recusámos a opção do nuclear precisamente porque, no contexto português,

ela não faz sentido. Isto, para além das razões que nos levam a recusar a energia nuclear: por força do risco a

que está associada e por força do problema de resíduos que coloca, demonstrando que não é uma energia

limpa. Ou seja, recusamos a energia nuclear, por razões intrínsecas à própria opção do nuclear, mas também

porque, no nosso contexto, essa opção seria errada.

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Depende do programa eleitoral do PS!

O Sr. Pedro Delgado Alves (PS): — Não é, ao contrário da mitificação que aparece, uma indústria «de

chave na mão» e uma opção «de chave na mão» — longe disso! Não temos, nem capacidade tecnológica,

nem vantagem em fazer essa opção.

Por isso, num contexto europeu em que a Alemanha, desde 1998, optou por desligar gradualmente as suas

centrais e tem feito um compasso de espera, também por muita pressão exercida por um partido nosso

parceiro na Internacional Socialista que se tem batido por esse desligar das centrais, o que devemos

sublinhar, neste momento, aproveitando este debate, é precisamente a aposta alternativa que temos de fazer.

O Sr. Luís Fazenda (BE): — Que falta de memória!

O Sr. Pedro Delgado Alves (PS): — E aí, sim, chegamos ao ponto que gostaríamos de sublinhar na

questão que colocamos, que diz respeito à valorização das energias renováveis.

De facto, nos últimos anos, penso que é inegável e indesmentível que o PS sempre valorizou as energias

renováveis. Podemos discordar quanto à execução — e, nesse aspeto, acho que discordaremos —, porque o

Partido Socialista, por exemplo, através do Plano Nacional de Barragens, através da articulação da oferta das

hídricas com as eólicas, tem procurado um caminho distinto. Mas esse caminho distinto assenta na lógica da

recusa da dependência dos combustíveis fósseis e também na construção de um mix energético equilibrado.

E, nesse mix, sempre recusou o nuclear e sempre valorizou as energias renováveis.

Esperamos poder continuar a contar com as bancadas que intervieram neste debate para essa aposta nas

energias renováveis.

A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Deputado.