5 DE ABRIL DE 2012
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Vozes do CDS-PP: — Exatamente!
O Sr. Abel Baptista (CDS-PP): — Por isso, Sr. Deputado Pedro Lynce, é que eu o disse na minha
intervenção e provavelmente por isso é que o PS nem sequer quis vir à lide relativamente a esta questão da
agricultura.
Vozes do CDS-PP: — É verdade!
O Sr. Abel Baptista (CDS-PP): — O PS tem, efetivamente, muitas «culpas no cartório» e talvez ainda não
queira fazer aqui um ato de contrição, usando até uma linguagem religiosa, nesta Semana Santa.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
O Sr. Abel Baptista (CDS-PP): — E foi por isso eu disse que, se tivéssemos tido a sorte de, nos últimos
anos, termos tido um governo que olhasse para a agricultura como o atual Governo tem olhado, seguramente
a agricultura nacional estaria melhor e a economia nacional também estaria melhor.
Aplausos do CDS-PP.
A Sr.ª Presidente: — Para uma declaração política, tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Machado.
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: Usando mentiras e mistificações, a
direita parlamentar prossegue a sua já longa e histórica campanha contra os mais carenciados, para continuar
a engordar, com mordomias e benesses ilegítimas, os mais ricos e privilegiados do nosso país.
Para esconderem os milhões que dão aos mais ricos, CDS e PSD acusam quem recebe prestações sociais
de fraude e lançam a desconfiança generalizada sobre quem recebe, por exemplo, o subsídio de doença.
Para esconderem que a crise que vivemos resulta do sistema capitalista, resulta da concentração da
riqueza e da natureza predatória dos grandes grupos económicos, CDS e PSD atiram a culpa para quem
recebe o rendimento social de inserção (RSI).
Para continuarem a dar milhões a quem já é muito rico, CDS e PSD voltam a cortar em prestações sociais
fundamentais a quem já vive com enormes dificuldades.
É neste contexto, de mentira e embuste, que surgem as frases do Sr. Ministro da Solidariedade e
Segurança Social. Afirma o Sr. Ministro que pessoas com 25 000 € em contas bancárias não podem receber o
rendimento social de inserção, sabendo muito bem que a prestação média do RSI é de 90 € por mês e que a
grande maioria destas pessoas não tem dinheiro suficiente para se alimentar.
Diz o Sr. Ministro da Solidariedade e da Segurança Social que «é muito importante que quem está com
subsídio de doença não receba mais do que se estivesse efetivamente a trabalhar», sabendo muito bem o Sr.
Ministro que, hoje, um trabalhador apenas recebe 65% da remuneração de referência.
Vozes do PCP: — Muito bem!
O Sr. Jorge Machado (PCP): — O Governo usa, assim, a mentira para justificar os cortes inaceitáveis nas
prestações sociais.
Aplausos do PCP.
Importa referir que, para receberem prestações sociais, os beneficiários ou descontaram para elas ou são
obrigados a demonstrar o seu património, a demonstrar os seus rendimentos, e são obrigados a permitir o
acesso às contas bancárias do pai, dos filhos e dos avós.
Mas para os mais ricos, para os senhores do dinheiro, nada é exigido ou perguntado. Para estes não falta
dinheiro. Não falta dinheiro para a EDP, para a banca e os seus 12 000 milhões de euros, para as parcerias