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I SÉRIE — NÚMERO 92

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Assim sendo, tem a palavra, em primeiro lugar, o Sr. Deputado Agostinho Lopes.

O Sr. Agostinho Lopes (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Abel Baptista, não desvalorizamos as

medidas apresentadas para fazer face à seca e vamos acompanhar a sua concretização, mas,

simultaneamente, percebemos bem os cuidados que o CDS põe no acompanhamento da Sr.ª Ministra da

Agricultura.

Mas, Sr. Deputado, temos de dizer que estas medidas, pelo menos algumas delas, estão, seguramente,

três meses atrasadas. A Sr.ª Ministra teve muita fé na chuva, mas, em contrapartida, isto determinou a subida

de rações e palhas em mais de 100% e preços especulativos de muita da alimentação usada pelos produtores

pecuários.

Esperando que o problema da duplicação das ajudas mínimas esteja devidamente regularizado pela União

Europeia, gostaria, no entanto, que o Sr. Deputado nos pudesse esclarecer algumas questões.

Em primeiro lugar, por que razão se fala na antecipação de apenas 50% das ajudas do RPU para 2012, em

outubro? Por que não pagar, como já se pagou, os 100% das ajudas de RPU em outubro?

Por que razão não se pagam os 20% da ajuda RPU de 2011 em dívida e os 30% das medidas

agroambientais e das indemnizações compensatórias de 2011? É que estes pagamentos, de cerca de 125

milhões de euros, podiam constituir um imediato e possível alívio da tesouraria dos agricultores.

Mas, Sr. Deputado, estas questões não podem fazer esquecer outros problemas relativamente aos quais o

CDS-PP, tão veementemente, verberava contra os governos do Partido Socialista, como é o caso das dívidas

aos agricultores, da perda de dinheiros de fundos comunitários e da sobrecarga dos custos de produção da

nossa agricultura.

Por exemplo, no PRODER, porque é que continua um tipo de pagamentos que se traduz sistematicamente

em atrasos? Neste momento, há 28 milhões de euros de pagamentos em atraso relativamente a projetos do

PRODER.

Num setor em crise, como o setor do leite, que o Sr. Deputado bem conhece,…

A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Deputado.

O Sr. Agostinho Lopes (PCP): — Vou terminar, Sr.ª Presidente.

Como estava a dizer, Sr. Deputado, como é possível que, no setor do leite, tenham sido cortados 16

milhões de euros que estavam disponíveis para apoiar o setor e as explorações de leite, em Portugal, como

acabou por acontecer por decisão do Governo?

Por que razão se fez uma reprogramação que cortou na floresta e no regadio, nem a propósito num ano de

seca?

Para terminar, pergunto-lhe o seguinte: quando vão ser pagas as dividas às OPP (organizações de

produtores pecuários) e quando vão ser resolvidos os problemas do apoio à sanidade animal em 2012?

Aplausos do PCP.

A Sr.ª Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Abel Baptista.

O Sr. Abel Baptista (CDS-PP): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Agostinho Lopes, muito obrigado pelas

questões colocadas.

Efetivamente, Sr. Deputado Agostinho Lopes, percebe-se, por uma questão que levantou, por que motivo o

Partido Socialista nem sequer vem falar nisso. Trata-se da questão do que se tem perdido de verbas

comunitárias, por incapacidade de administração por parte dos governos anteriores.

O Sr. Agostinho Lopes (PCP): — Vocês também já perderam!

O Sr. Abel Baptista (CDS-PP): — Mas permita-me, Sr. Deputado Agostinho Lopes, corrigi-lo em relação a

uma questão que aqui colocou, referente ao regadio. É que o Sr. Deputado coloca essa questão exatamente

ao contrário. O que o Ministério da Agricultura está a fazer é a tentar que verbas que não estavam inscritas na