18 DE MAIO DE 2012
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de incompatibilidade dos governantes, pelo que a falta de transparência entre os negócios privados e os
negócios públicos é total. Não há a mínima transparência e há todo o terreno para as maiores dúvidas sobre a
clareza destes procedimentos e sobre o interesse público.
Depois, vejamos: os PIN e os PIN+ têm sido, objetivamente, um ataque ao ambiente e aos direitos das
populações.
Vamos ver o que está em execução e o que está em acompanhamento: em fevereiro de 2012, a maioria
dos 87 projetos PIN tinham a ver com turismo e a maior parte deles situava-se em áreas naturais classificadas
como Rede Natura 2000, como Reserva Ecológica Nacional, como Reserva Agrícola Nacional, etc.
O Sr. João Semedo (BE): — Bem lembrado!
A Sr.ª Catarina Martins (BE): — Temos campos de golfe e resorts turísticos em dunas secundárias ou, de
acordo com a avaliação de impacte ambiental, autorizaram-se projetos que afetam a população de golfinhos-
roazes, em Troia. É todo este absurdo e todo este ataque que representam os PIN e os PIN+.
O Bloco de Esquerda, ao longo do tempo, apresentou aqui projetos para revogar o regime jurídico dos PIN
e dos PIN+, pelo que, naturalmente, também agora acompanharemos o projeto de lei de Os Verdes.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Para encerrar o debate deste projeto de lei, tem a palavra a Sr.ª
Deputada Heloísa Apolónia.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr. Presidente, Sr.as
e Srs. Deputados: Quero dirigir-me
particularmente ao Srs. Deputados Luís Leite Ramos e Hélder Amaral, começando, talvez, por responder
sobre as questões do emprego.
Sr. Deputado Hélder Amaral, o Sr. Deputado não conhece o regime dos PIN. A criação de emprego não é
uma condição para gerar um PIN. Leia o diploma! O diploma refere uma série de fatores e diz que, dessa série
de fatores, um PIN tem de acumular cinco, ou seja, pode deixar a criação de emprego de lado. Entende, Sr.
Deputado?
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Qual é a consequência?
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Não é obrigatório, para um PIN ser considerado PIN, que gere
emprego. Portanto, o Sr. Deputado vai ter de ir retificar o seu conhecimento a propósito dos PIN.
O Sr. Hélder Amaral (CDS-PP): — Qual é a consequência?
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Por outro lado, a pergunta que faço — e que já tinha feito na
primeira intervenção —, Sr. Deputado Luís Ramos, é a seguinte: os pequenos e médios investimentos,
também turísticos, não geram emprego? Geram! E a sua quantificação, na sua totalidade, também tem de
reforçar o nosso desejo de criação de emprego. Mas eles não entram nos PIN, Sr. Deputado!
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Queira terminar, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Portanto, é esta desigualdade que não se consegue
compreender.
Pergunta-me se nós queremos desburocratizar. Claro que queremos desburocratizar, mas temos de
desburocratizar em igualdade. E temos de desburocratizar não criando crimes ambientais, em Portugal. Mas
os PIN têm promovido esses crimes ambientais, e é isso que não podemos tolerar.
O Sr. Presidente (Ferro Rodrigues): — Tem de terminar, Sr.ª Deputada.