I SÉRIE — NÚMERO 3
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Sr. Primeiro-Ministro, quanto à TSU, volto a pedir-lhe que diga qual é a página do Memorando onde está
escrito que os trabalhadores portugueses devem pagar mais 7 pontos percentuais da TSU para transferir para
as entidades patronais. Diga! Desafio-o!
Aplausos do PS.
Mais: o Sr. Primeiro-Ministro desistiu de aplicar a redução da TSU porque fez uns estudos e chegou à
conclusão de que isso não era benéfico para a nossa economia, tendo-a substituído pela meia hora.
O Sr. Pedro Jesus Marques (PS): — Exatamente!
O Sr. António José Seguro (PS): — Lembra-se, Sr. Primeiro-Ministro?
Depois, como a meia hora também não foi aceite, o Sr. Primeiro-Ministro substituiu a meia hora por mais
sete dias de trabalho para os trabalhadores portugueses retirando quatro feriados e os três dias de férias.
Sr. Primeiro-Ministro, não tente iludir ou enganar os portugueses. Esta é uma opção sua, do seu Governo,
e o senhor tem de recuar!
Aplausos do PS.
Em último lugar, o Sr. Primeiro-Primeiro vem a este Parlamento dizer: «Graças ao bom trabalho do
Governo, graças aos nossos objetivos, a troica reconheceu e deu-nos mais tempo».
O Sr. João Pinho de Almeida (CDS-PP): — Não deu mais tempo!
O Sr. António José Seguro (PS): — Lembra-se qual era o Primeiro-Ministro que dizia que não queria mais
tempo para consolidar as contas públicas em Portugal?! Era o senhor!
Aplausos do PS.
Só que há uma diferença, Sr. Primeiro-Ministro: é que eu sempre defendi mais tempo para haver menos
austeridade e o Sr. Primeiro-Ministro consegue o impossível, que é mais tempo com mais austeridade para os
portugueses!
Aplausos do PS.
Sabe porquê? Porque o Sr. Primeiro-Ministro foi incompetente na execução do seu próprio Orçamento!
Incompetente!
Aplausos do PS.
E essa incompetência significa que há mais 2500 milhões de euros que os portugueses têm de pagar em
austeridade. Os portugueses, no próximo ano, vão pagar mais em austeridade, vão ter mais sacrifícios…
A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Deputado.
O Sr. António José Seguro (PS): — … e devem-no exclusivamente ao Sr. Primeiro-Ministro,…
O Sr. Carlos Abreu Amorim (PSD): — A Sócrates!
O Sr. António José Seguro (PS): — … ao seu Governo, ao seu caminho errado e à incompetência na
execução do Orçamento que aprovou nesta Assembleia da República!