22 DE SETEMBRO DE 2012
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O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr.ª Presidente, creio que já respondi a esta pergunta do Sr. Deputado.
Aplausos do PSD e do CDS-PP.
Protestos do PS.
A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra, Sr. Deputado António José Seguro.
O Sr. António José Seguro (PS): — É elucidativa a sua resposta, Sr. Primeiro-Ministro.
Aplausos do PS.
Sr. Primeiro-Ministro, olhe bem para mim. Quero dizer-lhe uma coisa: terá o PS pela frente se ousar
privatizar a Caixa Geral de Depósitos!
Aplausos do PS.
Terá o PS pela frente! Não ouse!
Protestos do PSD.
Como tem o PS pela frente, se persistir em manter, ainda que calibrada ou modelada, a sua proposta de
taxa social única!
Aplausos do PS.
E não terá apenas o PS pela frente, Sr. Primeiro-Ministro! Terá o País, terá os portugueses, de quem o
senhor se divorciou e persiste em não escutar.
Aquilo que os portugueses lhe exigem é que seja um Primeiro-Ministro à altura de resolver os problemas do
País, que são problemas difíceis, graves mas que, ao mesmo tempo, o faça com sensibilidade social. Ora, um
Primeiro-Ministro que anuncia ao País a medida da taxa social única, que não está no Memorando, isso
significa que não conhece o País, não respeita os portugueses, não atribui nenhum valor ao trabalho dos
portugueses…
Protestos do PSD.
… e faz esta coisa inacreditável, que é transferir rendimento do trabalho para as entidades patronais.
Quero dizer-lhe que isso é quebrar um consenso e um contrato social no nosso País, isso é substituir a
função dos bancos de financiar as empresas e pôr os trabalhadores portugueses a fazê-lo, isso é inaceitável, é
uma linha que separa a austeridade da imoralidade, que nós não aceitaremos e lutaremos até ao fim para
evitar essa concretização.
Aplausos do PS.
O senhor em duas semanas deitou tudo fora. Deitou fora o diálogo social, deitou fora o diálogo político,
deitou fora a confiança que alguns portugueses ainda depositavam em si, porque lhe davam o benefício da
dúvida.
Como é que os portugueses podem acreditar num Primeiro-Ministro que há um ano lhes prometeu que
atingiria 4,5% do défice com os sacrifícios que lhe pediu?!