I SÉRIE — NÚMERO 4
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A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, Srs. Jornalistas, está aberta a sessão.
Eram 15 horas e 6 minutos.
Os Srs. Agentes da autoridade podem abrir as galerias.
Antes de iniciarmos a ordem do dia, vou dar a palavra ao Sr. Secretário para ler o expediente.
O Sr. Secretário (Paulo Batista Santos): — Sr.ª Presidente, deram entrada na Mesa, e foram admitidas por
V. Ex.ª, as seguintes iniciativas legislativas: projeto de resolução n.º 460/XII (2.ª) — Deslocação do Presidente
da República a Madrid (Presidente da AR); apreciações parlamentares n.os
32/XII (2.ª) — Relativa ao Decreto-
Lei n.º 209/2012, de 19 de setembro, que altera o Regulamento Emolumentar dos Registos e do Notariado,
aprovado pelo Decreto-Lei n.º 322-A/2001, de 14 de dezembro, bem como legislação conexa com
emolumentos e taxas (PCP) e 33/XII (2.ª) (PCP) e 34/XII (2.ª) (PS) — Relativas ao Decreto-Lei n.º 199/2012,
de 24 de agosto, que altera o Decreto-Lei n.º 61/2011, de 6 de maio, que estabelece o regime de acesso e de
exercício da atividade das agências de viagens e turismo e adapta este regime com o Decreto-Lei n.º 92/2010,
de 26 de julho, que transpõe a Diretiva 2006/123/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 12 de
dezembro, relativa aos serviços no mercado; e propostas de lei n.os
95/XII (2.ª) — Autoriza o Governo a
aprovar o regime jurídico laboral dos trabalhadores dos serviços periféricos externos do Ministério dos
Negócios Estrangeiros, incluindo os trabalhadores das residências oficiais do Estado, bem como a alterar a Lei
n.º 12-A/2008, de 27 de fevereiro, e o Estatuto Disciplinar dos Trabalhadores que Exercem Funções Públicas,
aprovado pela Lei n.º 58/2008, de 9 de setembro, que baixa à 5.ª Comissão, 96/XII (2.ª) — Introduz alterações
ao Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares, ao Código do Imposto sobre o
Rendimento das Pessoas Coletivas, ao Código do Imposto do Selo e à Lei Geral Tributária, que baixa à 5.ª
Comissão, e 97/XII (2.ª) — Estabelece o regime do referendo regional (ALRAA), que baixa à 1.ª Comissão.
É tudo, Sr.ª Presidente.
A Sr.ª Presidente: — Depois de lido o expediente, entramos no primeiro ponto da ordem do dia que
consiste no proferimento de declarações políticas. Estão inscritos, desde já, o Sr. Deputado António Filipe, do
PCP, e o Sr. Deputado Miguel Laranjeiro, do PS. Aguarda-se a inscrição eventual de outros grupos
parlamentares.
Tem a palavra o Sr. Deputado António Filipe para uma declaração política.
O Sr. António Filipe (PCP): — Sr.ª Presidente, Srs. Deputados: O clamoroso fracasso do pacto de
agressão nacional acordado entre as troicas é, hoje, uma evidência para a esmagadora maioria dos
portugueses.
A onda gigantesca de protesto que percorre todo o País e que envolve centenas de milhares de pessoas,
nas ruas e nos locais de trabalho, que tem tido expressão na corajosa resistência dos trabalhadores à
aplicação das normas mais desumanas do Código do Trabalho, nas lutas dos professores, nas lutas dos
agentes culturais, nas lutas dos trabalhadores precários e desempregados, nas lutas dos utentes da saúde,
nas lutas contra as portagens nas antigas SCUT, nos protestos dos agricultores, nos apupos que rodeiam
todos os membros do Governo, é uma evidência de que o povo português já não está disposto a suportar mais
esta política e o Governo que a executa.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Muito bem!
O Sr. António Filipe (PCP): — O empréstimo usurário, alcunhado até à exaustão como «ajuda externa»,
acompanhado de exigências desastrosas para a economia nacional e para as condições de vida da grande
maioria dos portugueses, conduziu o nosso País à situação de desastre em que já se encontra.
Em nome do combate ao défice das contas públicas e ao endividamento do País e de um suposto
ajustamento estrutural, os trabalhadores foram roubados nos seus salários e os reformados nas suas pensões;
aumentou de forma brutal a carga fiscal sobre os rendimentos do trabalho e sobre o consumo de bens de
primeira necessidade; aumentou a exploração dos trabalhadores com a imposição de trabalho gratuito, com