27 DE SETEMBRO DE 2012
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menos férias, supressão de feriados, bancos de horas, redução drástica da remuneração das horas de
trabalho extraordinário; foram liberalizados os despedimentos e drasticamente reduzidas as indemnizações
por despedimento; vendem-se ao desbarato as mais lucrativas empresas públicas; o Serviço Nacional de
Saúde é cruelmente atacado; são expulsos milhares de jovens do sistema de ensino por falta de recursos
económicos; são reduzidos os apoios sociais, lançando milhares de portugueses na miséria e no desespero.
Vozes do PCP: — Muito bem!
O Sr. António Filipe (PCP): — A realidade com que o País hoje está confrontado é a de uma profunda
recessão; o desemprego aumenta para níveis nunca vistos; amplas camadas da população são lançadas para
níveis de pobreza que nunca imaginaram que fosse possível; as pequenas e médias empresas, asfixiadas
pela redução do consumo e pela falta de crédito, são arrastadas para a insolvência. E, no entanto, a receita
fiscal cai a pique, aumenta a dívida externa e aumenta o défice das contas públicas.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — É verdade!
O Sr. António Filipe (PCP): — Perante o fracasso clamoroso da austeridade receitada pela troica, a
receita do Governo é mais e mais austeridade, à custa dos mesmos de sempre: os trabalhadores, os
reformados, as camadas mais desfavorecidas da população.
A atrocidade anunciada pelo Primeiro-Ministro de manter o roubo de dois salários mensais aos funcionários
públicos e aos reformados e de roubar um mês de salário aos trabalhadores do sector privado para permitir ao
patronato embolsar um desconto de 5,75% na taxa social única, foi a gota de água que fez com que muitos
portugueses perdessem a réstia de consideração que ainda pudessem ter pelo Governo e por quem o chefia.
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — É verdade!
O Sr. António Filipe (PCP): — A derrota sofrida pelo Governo, com a desistência das alterações à TSU,
não significa que o Governo tenha desistido de fazer entrar pela «janela» o que não conseguiu fazer entrar
pela «porta».
Novas medidas se anunciam para fazer pagar os mesmos de sempre: cortes de um mês, ou mais, de
salário ou de pensão a todos os trabalhadores e reformados; alterações de escalões do IRS para aumentar a
carga fiscal sobre os rendimentos do trabalho; e o que mais se verá, porque quando se trata de ir aos bolsos
dos portugueses, a imaginação do Governo supera a dos mais hábeis carteiristas…!
O Sr. Bernardino Soares (PCP): — É verdade!
O Sr. António Filipe (PCP): — O que está em curso não é um programa para conduzir à recuperação do
País. O que está em curso é um programa de saque dos rendimentos do trabalho e do património nacional a
favor do grande capital nacional e transnacional.
Os portugueses não têm, pois, outra alternativa que não seja continuar a luta até à derrota definitiva deste
Governo e da sua política. Porque não foram os trabalhadores, os desempregados e os reformados deste País
que viveram acima das suas possibilidades ou que foram responsáveis pelo regabofe do BPN, das parcerias
público-privadas ou da compra de submarinos. Os portugueses estão fartos desta política e dos governos que
impõem sacrifícios aos mesmos de sempre, para isentar e aumentar os lucros dos mesmos de sempre: dos
banqueiros, dos grupos económicos, das clientelas, dos especuladores, daqueles que ganham milhões e
«gorduras» à custa do erário público, da exploração dos trabalhadores e do empobrecimento da maioria da
população.
Vozes do PCP: — Muito bem!
O Sr. António Filipe (PCP): — A alternativa que se coloca perante os portuguese não é a de escolher
entre os que tiveram a culpa no passado e os que têm a culpa no presente, entre os que cumprem melhor ou