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27 DE SETEMBRO DE 2012

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Aplausos do BE.

A Sr.ª Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado António Filipe para responder.

O Sr. António Filipe (PCP): — Sr.ª Presidente, Sr. Deputado Pedro Filipe Soares, peço-lhe desculpa por

ter de falar virado de costas para si, mas a geografia deste Plenário assim o obriga e, aliás, ninguém que está

à minha frente fez perguntas.

Sr. Deputado, também considero significativo o silêncio das bancadas da maioria, mas, honra lhe seja feita,

desta vez, aparecem coordenadas…

Risos do PCP.

… neste ruidoso silêncio — penso que é, de facto, muito ruidoso e muito significativo! — relativamente à

defesa do seu Governo.

Sr. Deputado, creio que é hoje manifesto para todas as pessoas — e o Governo, obviamente, não pode

ignorar esse facto — o enorme clamor popular que existe contra a política do Governo, a enorme insatisfação,

o enorme repúdio relativamente à política que tem vindo a ser posta em prática, em obediência aos ditames do

Memorando da troica, que constitui, como temos dito, e não nos cansamos de repetir, um verdadeiro pacto de

agressão contra Portugal, contra os interesses nacionais e contra o povo português.

O Governo tem consciência disso. Aliás, não há nenhum membro do Governo que apareça em público que

não sinta o enorme repúdio que os portugueses sentem relativamente às suas políticas…

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Exatamente!

O Sr. António Filipe (PCP): — … e não sinta a necessidade de entrar pela porta das traseiras e sair pela

porta de serviço.

Agora, enfrentar a população é que este Governo manifestamente já não é capaz, porque sente o enorme

repúdio que é dirigido às suas políticas.

Sr. Deputado, é óbvia a grande resposta que o povo português deu, perante as atrocidades que foram

anunciadas pelo Sr. Primeiro-Ministro pelas alterações que o Governo tencionava impor na taxa social única e

que forçaram o Governo a recuar. Porém, não podemos ficar descansados, porque não temos qualquer dúvida

de que o Governo vai procurar, como eu disse da tribuna, fazer entrar pela janela o que não conseguiu fazer

entrar pela porta.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): — Exatamente!

A Sr.ª Presidente: — Queira terminar, Sr. Deputado.

O Sr. António Filipe (PCP): — Vou terminar, Sr.ª Presidente.

Portanto, impõe-se que os portugueses continuem a manifestar o seu repúdio a estas políticas, impedindo,

assim, que o Governo venha a pôr em prática medidas dessa natureza mais ou menos camufladas.

Daí a grande importância que consideramos que tem a manifestação do próximo dia 29 em Lisboa, sábado,

que terá de ser mais uma grande expressão da vontade do povo português de romper com esta política e com

este Governo.

Aplausos do PCP.

A Sr.ª Presidente: — Srs. Deputados, antes de dar a palavra ao Sr. Deputado Miguel Laranjeiro para uma

declaração política, comunico à Câmara que a Sr.ª Secretária de Estados dos Assuntos Parlamentares e da

Igualdade informou a Mesa que o Governo irá proferir hoje uma declaração, ao abrigo do artigo 78.º do